Vilnius é a capital da Lituânia, com cerca
de 592.500 habitantes, situada num vale formado pelo Rio Vilna (que a
atravessa) e rodeado quase completamente por montanhas.
Encontra-se a 105 km a SE, de Kaunas. Tem edifícios de influência
bizantina, alemã, latina e gótica, de grande importância histórica e artística.
Vilnius foi fundada no séc. X, sendo constituída como capital da Lituânia em
1323 pelo Grão Duque Gediminas, sendo sede episcopal católica e ortodoxa, e
conta com numerosas igrejas de todos os credos, incluindo uma mesquita e várias
sinagogas.
O centro histórico de Vilnius, a cidade barroca mais oriental, é, ao mesmo
tempo, um dos maiores da Europa Central e de Este. Com o passar do tempo misturaram-se
na cidade as tradições lituanas, judaicas, polacas e russas. Graças a esta rica
herança cultural, Vilnius foi incluída pela UNESCO, em 1994, na lista das
cidades Património da Humanidade.
O centro histórico da
cidade é fácil de percorrer a pé, onde as igrejas e os monumentos históricos se
encontram a cada esquina: da praça da catedral e pelas estreitas ruas dos
séculos XV e XVI, das Portas do
Entardecer, que marcavam a estrada para Moscovo, até ao Bastião da
Artilharia, do século XVII, com um museu de armas no interior, percorremos ruas
pavimentadas a pedra, passando por fachadas seculares, muitas delas agora
anunciando cervejarias, restaurantes e lojas para turistas.
Mas a grande maioria dos monumentos históricos são igrejas, numa
manifestação de fé só comparável com a dos polacos, os seus vizinhos do Sul. A
igreja ortodoxa russa do Santo Espírito; a igreja católica de Kazimieras, a
mais antiga das igrejas barrocas da cidade; a igreja de Santa Ana com o
exterior pontiagudo e gótico, feita de tijolos vermelhos; e com a grande Catedral da Praça, com a sua torre
sineira ao lado. Por trás, a torre de Gediminas, proporciona-nos um dos
melhores miradouros sobre a cidade, abrangendo os campanários que saem do verde
das árvores, numa demonstração de que as capitais não têm de ser selvas de
betão e feias torres de cimento – podem ser sempre como Vilnius.
Vilnius apresenta-se como uma cidade em movimento, onde a profusão de
restaurantes e kavine (cafés e cervejarias) que "nasceram" na Cidade Antiga, à
procura de um turismo cada vez mais crescente, mostra bem que o
país não dorme.
A Colina das Cruzes
Uma viagem a Vilnius deverá sempre incluir uma visita à "Colina das
Cruzes". A "Colina
das Cruzes" (Lituano: Kryžių kalnas) é um centro de peregrinação católica situado
a cerca de 16 km a norte da cidade lituana de Šiauliai.
Ao longo dos séculos, não apenas cruzes, mas também crucifixos (alguns gigantes), esculturas
sacras, estátuas da Virgem Maria e
milhares de pequenos rosários vêm sendo trazidos por fiéis católicos e ali colocados. O número exato de cruzes é desconhecido, estima-se,
todavia, que superava 100 mil em 2006. Presentemente estima-se que já tenha ultrapassado
as 150 mil cruzes colocadas uma a uma. Existem relatos que apontam a
peregrinação desde o ano 1236. Porém, fala-se que a tradição começou pelo menos
um século antes, sendo um mistério o seu motivo. Há uma lenda que diz que
aquela região abrigava uma antiga catedral, mas não existem evidências reais.
Um facto curioso foi a Colina das Cruzes ter sobrevivido ao regime comunista.
Castelo de Trakai, em Vilnius
Quem se desloca a Vilnius, normalmente não dispensa, tal como nós, de fazer
os 30 km até este lugar encantador, entre floresta e lagos: o Castelo de Trakai, antiga capital do
país.
Estendendo-se numa pequena península entre dois lagos, a aldeia é
especialmente conhecida pelo castelo situado numa ilha no extremo da povoação,
perto do local onde o autocarro nos deixou.
Passadiços de madeira levam-nos sobre as águas do Lago Galvé até o castelo dos
nossos sonhos de criança, feito de tijolos vermelhos, com a sua ponte levadiça
sobre um fosso, as torres perfeitas de telhados cónicos, pátios e salas escuras
e misteriosas. Data do século XV, mas foi restaurado nos anos 50 e alberga
agora o museu do castelo.
É possível alugar barcos para contornar o exterior do castelo e apreciar a
beleza do lago e dos bosques, enquadramento que o transformam num castelo de
Avalon, saído das águas.
Âmbar, o ouro do Báltico
Talvez a particularidade mais conhecida da região seja o âmbar. Resina fóssil, enterrada
durante milhões de anos, usada em objetos ornamentais desde a Idade da Pedra.
Foram encontrados objetos de origem báltica em túmulos egípcios, datados de
3200 a.C. e vikings, de entre 800 a 1000 d.C.. Existia uma Rota do
Âmbar que levava esta preciosidade da costa báltica, a principal fonte desta
matéria, posta a descoberto pela erosão do mar, até à costa mediterrânica, da
Itália e Grécia ao Médio Oriente.
O seu aspeto dourado e translúcido valoriza-o na confeção de adornos e o
facto de por vezes ter bolhas de ar, pequenos insetos, penas ou vestígios de
plantas inseridos na resina, faz com que cada peça seja realmente única e
original. Diz-se que há um truque para o distinguir de uma pedra: trincá-lo.
Apertado entre os dentes, o âmbar faz o mesmo ruído que o… plástico!
Vilnius em síntese
Esta capital apresenta-se-nos como um centro/entreposto comercial de
cereais, madeiras e derivados, com indústrias de couro, cristal, farinhas,
ladrilhos e destilarias. É também entroncamento ferroviário com linhas para a
Polónia, Bielorrússia, Letónia e para o norte da Federação Russa.
Em Vilnius há uma
mistura de temperaturas, de estilos e de gente, fria e quente, como o tempo. É
uma cidade pacata e agradável, tem um ar de aldeia grande graças à abundância
de zonas arborizadas e às suas numerosas igrejas. É também uma cidade
universitária no coração da Europa, já que só se encontra a 26 km de distância do
ponto central do continente europeu.
Vilnius apresenta-se como uma cidade em movimento, onde a profusão de
restaurantes e kavine (cafés e cervejarias) que "nasceram" na Cidade Antiga, à
procura de um turismo cada vez mais
crescente, mostrando bem que este país "não dorme".
Reportando-nos a tudo o que atrás
descrevemos e, talvez por isso mesmo, tenhamos retido uma expressão utilizada
por um guia turístico de que "os
lituanos são os latinos do Báltico".
Vasco Lopes da Gama
Fonte:
Internet + Artigo de Ana Isabel Mineiro + "GeoStar"
Sem comentários:
Enviar um comentário