quinta-feira, 17 de agosto de 2017

VIAGEM AOS PAÍSES BÁLTICOS – (V)

VILNIUS – Cidade pacata e agradável no coração da Europa

Vilnius é a capital da Lituânia, com cerca de 592.500 habitantes, situada num vale formado pelo Rio Vilna (que a atravessa) e rodeado quase completamente por montanhas.
Encontra-se a 105 km a SE, de Kaunas. Tem edifícios de influência bizantina, alemã, latina e gótica, de grande importância histórica e artística.
Vilnius foi fundada no séc. X, sendo constituída como capital da Lituânia em 1323 pelo Grão Duque Gediminas, sendo sede episcopal católica e ortodoxa, e conta com numerosas igrejas de todos os credos, incluindo uma mesquita e várias sinagogas.
O centro histórico de Vilnius, a cidade barroca mais oriental, é, ao mesmo tempo, um dos maiores da Europa Central e de Este. Com o passar do tempo misturaram-se na cidade as tradições lituanas, judaicas, polacas e russas. Graças a esta rica herança cultural, Vilnius foi incluída pela UNESCO, em 1994, na lista das cidades Património da Humanidade.
O centro histórico da cidade é fácil de percorrer a pé, onde as igrejas e os monumentos históricos se encontram a cada esquina: da praça da catedral e pelas estreitas ruas dos séculos XV e XVI, das Portas do Entardecer, que marcavam a estrada para Moscovo, até ao Bastião da Artilharia, do século XVII, com um museu de armas no interior, percorremos ruas pavimentadas a pedra, passando por fachadas seculares, muitas delas agora anunciando cervejarias, restaurantes e lojas para turistas.
Mas a grande maioria dos monumentos históricos são igrejas, numa manifestação de fé só comparável com a dos polacos, os seus vizinhos do Sul. A igreja ortodoxa russa do Santo Espírito; a igreja católica de Kazimieras, a mais antiga das igrejas barrocas da cidade; a igreja de Santa Ana com o exterior pontiagudo e gótico, feita de tijolos vermelhos; e com a grande Catedral da Praça, com a sua torre sineira ao lado. Por trás, a torre de Gediminas, proporciona-nos um dos melhores miradouros sobre a cidade, abrangendo os campanários que saem do verde das árvores, numa demonstração de que as capitais não têm de ser selvas de betão e feias torres de cimento – podem ser sempre como Vilnius.
Vilnius apresenta-se como uma cidade em movimento, onde a profusão de restaurantes e kavine (cafés e cervejarias) que "nasceram" na Cidade Antiga, à procura de um turismo cada vez mais crescente, mostra bem que o país não dorme.
A Colina das Cruzes
Uma viagem a Vilnius deverá sempre incluir uma visita à "Colina das Cruzes". A "Colina das Cruzes" (LituanoKryžių kalnas) é um centro de peregrinação católica situado a cerca de 16 km norte da cidade lituana de Šiauliai.
Ao longo dos séculos, não apenas cruzes, mas também crucifixos (alguns gigantes), esculturas sacras, estátuas da Virgem Maria e milhares de pequenos rosários vêm sendo trazidos por fiéis católicos e ali colocados. O número exato de cruzes é desconhecido, estima-se, todavia, que superava 100 mil em 2006. Presentemente estima-se que já tenha ultrapassado as 150 mil cruzes colocadas uma a uma. Existem relatos que apontam a peregrinação desde o ano 1236. Porém, fala-se que a tradição começou pelo menos um século antes, sendo um mistério o seu motivo. Há uma lenda que diz que aquela região abrigava uma antiga catedral, mas não existem evidências reais. Um facto curioso foi a Colina das Cruzes ter sobrevivido ao regime comunista.
Castelo de Trakai, em Vilnius
Quem se desloca a Vilnius, normalmente não dispensa, tal como nós, de fazer os 30 km até este lugar encantador, entre floresta e lagos: o Castelo de Trakai, antiga capital do país.
Estendendo-se numa pequena península entre dois lagos, a aldeia é especialmente conhecida pelo castelo situado numa ilha no extremo da povoação, perto do local onde o autocarro nos deixou.
Passadiços de madeira levam-nos sobre as águas do Lago Galvé até o castelo dos nossos sonhos de criança, feito de tijolos vermelhos, com a sua ponte levadiça sobre um fosso, as torres perfeitas de telhados cónicos, pátios e salas escuras e misteriosas. Data do século XV, mas foi restaurado nos anos 50 e alberga agora o museu do castelo.
É possível alugar barcos para contornar o exterior do castelo e apreciar a beleza do lago e dos bosques, enquadramento que o transformam num castelo de Avalon, saído das águas.
Âmbar, o ouro do Báltico
Talvez a particularidade mais conhecida da região seja o âmbar. Resina fóssil, enterrada durante milhões de anos, usada em objetos ornamentais desde a Idade da Pedra.
Foram encontrados objetos de origem báltica em túmulos egípcios, datados de 3200 a.C. e vikings, de entre 800 a 1000 d.C.. Existia uma Rota do Âmbar que levava esta preciosidade da costa báltica, a principal fonte desta matéria, posta a descoberto pela erosão do mar, até à costa mediterrânica, da Itália e Grécia ao Médio Oriente.
O seu aspeto dourado e translúcido valoriza-o na confeção de adornos e o facto de por vezes ter bolhas de ar, pequenos insetos, penas ou vestígios de plantas inseridos na resina, faz com que cada peça seja realmente única e original. Diz-se que há um truque para o distinguir de uma pedra: trincá-lo. Apertado entre os dentes, o âmbar faz o mesmo ruído que o… plástico!
Vilnius em síntese
Esta capital apresenta-se-nos como um centro/entreposto comercial de cereais, madeiras e derivados, com indústrias de couro, cristal, farinhas, ladrilhos e destilarias. É também entroncamento ferroviário com linhas para a Polónia, Bielorrússia, Letónia e para o norte da Federação Russa.
Em Vilnius há uma mistura de temperaturas, de estilos e de gente, fria e quente, como o tempo. É uma cidade pacata e agradável, tem um ar de aldeia grande graças à abundância de zonas arborizadas e às suas numerosas igrejas. É também uma cidade universitária no coração da Europa, já que só se encontra a 26 km de distância do ponto central do continente europeu.
Vilnius apresenta-se como uma cidade em movimento, onde a profusão de restaurantes e kavine (cafés e cervejarias) que "nasceram" na Cidade Antiga, à procura de um turismo cada vez mais crescente, mostrando bem que este país "não dorme".
Reportando-nos a tudo o que atrás descrevemos e, talvez por isso mesmo, tenhamos retido uma expressão utilizada por um guia turístico de que "os lituanos são os latinos do Báltico".
Vasco Lopes da Gama
Fonte: Internet + Artigo de Ana Isabel Mineiro + "GeoStar"

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