domingo, 5 de junho de 2016

Crónica de Paris - cidade da luz e do glamour

Há alguns anos já tinha visitado a cidade de Paris, mas sempre pensei de um dia voltar à cidade luz, não só para matar saudades mas também para rever alguns dos seus monumentos e visitar outros que não tive oportunidade de ver e visitar na minha primeira estadia.
Por isso, ao ter tomado conhecimento que no plano de atividades do ano letivo 2015/2016 da "ASO/USO", estava contemplada uma viagem a Paris, logo vi aqui uma oportunidade de poder realizar este meu desejo.
Paris, é uma cidade histórica desenhada nas margens do Sena, que foi palco de grandes revoluções que marcaram a História do Mundo, para além de guardar segredos de arte, religião, cultura, gastronomia e moda, que só um visitante mais apaixonado consegue descobrir.

Da "Cidade da Luz" não poderíamos deixar de falar das suas longas avenidas rodeadas de árvores, das pontes, dos candeeiros de ferro, dos cafés e das suas esplanadas, dos prédios (nunca demasiado altos), da Torre Eiffel iluminada, dos museus e dos monumentos mais conhecidos do Mundo ─ Isto é Paris!

Embora tudo nos pode parecer familiar, a cidade está em constante renovação e crescimento, ainda que de forma regulada, digamos que com “elegância”. É isso. Elegância. Nenhuma outra palavra descreve melhor a aura de Paris. Arrisco-me mesmo a dizer que é essa “elegância” que apaixona qualquer visitante.

A cidade está dividida em 20 arrondissements – uma espécie de freguesias numeradas que se desenvolvem desde o centro até aos limites da cidade, no sentido dos ponteiros do relógio.

Os vários bairros de Paris mantêm as suas características, que não envergonham a personalidade elitista dos parisienses. Nem os bares mais alternativos do Marais nem a rua mais imprópria para menores, de Pigalle, deixam de ser Paris. Assim como, o luxo das lojas do 8.º arrondissement e o Triângulo de Ouro, os museus concentrados nos arredores do Louvre e da Torre Eiffel, a vida estudantil do histórico Quartier Latin. 

A Cidade de Paris, caracterizada por várias revoluções e movimentos contracultura, é conhecida pelos turistas por ser a cidade que tem o maior número de monumentos registados, entre os quais se destacam o maior museu do Mundo e a primeira torre de ferro parecida com um arranha-céus, para além de ser berço de alguns dos pintores mais ilustres da história da arte e palco de alguns filmes inesquecíveis. Paris continua a ser a Cidade da Luz (que ganhou o título por ser a primeira a ter iluminação pública nas ruas), cheia de brilho e glamour. Sem dúvida que é uma cidade que merece ser visitada com dedicação e muito amor.

Dos vários bairros, há, pelo menos, três que são de “visita obrigatória”.

O primeiro, Marais, fica nos arrondissements 3 e 4 e é o centro da vida alternativa da cidade, com bares e restaurantes pautados por um carácter cosmopolita e moderno, ao mesmo estilo de imensas lojas de roupa vintage ou de decoração e design;

O segundo, Montmartre, atrás da Basílica de Sacré Coeur, nos arrondissements 9 e 18, é conhecido por ser o bairro dos pintores, frequentado por grandes nomes da pintura do Séc. XX, pleno de criatividade e de lojas de antiguidades. Aqui fica o popular café, onde, no filme, trabalhava a Amélie Poulain. Também em Montmartre fica a zona de Pigalle, onde se concentram os famosos cabarets da Belle Époque, como o Moulin Rouge e onde, ainda hoje, permanecem imensas salas de teatro burlesco e sex shops;

O terceiro, o Quartier Latin, também merece uma visita. É o bairro universitário por excelência e zona ilustre e tipicamente literária de St. Germain.

Paris é também conhecida como o berço da moda. De facto, a Cidade de Paris, é onde nasceu a moda, como é conhecida hoje e onde nasceram as grandes casas de alta-costura. Paris ainda é uma das melhores cidades de compras do Mundo. O conhecido Triângulo de Ouro, formado pelas avenidas George V, Montaigne e Champs Elysées, é onde se concentram a maior parte das casas Chanel, Dior, Louis Vuitton, Lanvin, Prada e Hermès, bem como na avenida Saint Honoré e nas avenidas circundantes da Ópera Garnier, onde ficam, por exemplo, as galerias La Fayette.

As duas pequenas ilhas do Sena, no centro de Paris, merecem também sempre uma visita.

Na Île de la Cité, por onde passa a famosa Pont Neuf, que liga a praça do Hôtel de Ville a Saint Michel, fica o centro de Paris. Sim, o centro, a partir de onde são medidas todas as distâncias de França. Esta língua de terra no rio é, hoje, o local onde está a mítica Catedral de Notre Dame, erguida a partir de 1145, símbolo do gótico francês, que conserva o mais importante conjunto de vitrais medievais do Mundo. Para além da visita do interior da catedral, uma das melhores formas de a admirar é de barco, nos famosos bateaux mouche (um percurso de cerca de 70 minutos). A viagem, agradável, valeu a pena. Ao lado da Île de la Cité fica a castiça Île de St. Louis, onde se comem os melhores gelados de Paris, na histórica gelataria Berthillon. As ruelas desta ilha são repletas de lojas pitorescas.

No coração da Île de la Cité, não poderíamos deixar de referir o Palais de la Cité, sede e residência do poder real dos séculos X ao XIV, que abriga a Conciergerie e a Sainte-Chapelle (verdadeira maravilha de luminosidade e que se parece como uma caixa de jóias de pedra e vidro). A Sainte-Chapelle foi edificada entre 1242 e 1248, segundo o desejo de Luis IX, para aí conservar as relíquias da Paixão de Cristo (entre elas, a mais célebre, a Coroa de Espinhos, adquirida em 1239).

Face ao tanto que há para ver em Paris, não poderíamos deixar de guardar umas horas para visitar alguns dos melhores e mais emblemáticos museus da cidade.

Para o Louvre foi planeada uma visita que nos permitiu ver algumas das 35 mil obras que ali residem nas suas largas galerias. Construído inicialmente como fortaleza e aumentado depois para ser a residência real ─ o maior museu do Mundo não para de crescer. De túmulos egípcios a estátuas gregas, passando pela famosa Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, o Louvre tem tudo e agrada a todos.

Bem diferente, mas não menos esplendoroso, é o Museu d’Orsay, que “habita” numa antiga estação de comboios de estilo art nouveau, construída pela ocasião da exposição mundial de 1900, à beira do Sena. A coleção, inundada de luz natural, é composta por grandes obras impressionistas, pós-impressionistas e de art nouveau, de nomes tão míticos como Monet, Giverny, Cézanne, Renoir, Degas, Pissarro ou Van Gogh.

O Centro Nacional de Arte e Cultura George Pompidou, que visitei na minha primeira estadia em Paris, não foi possível incluí-lo no plano desta viagem, assim como as exposições patentes no Grand Palais (Exposição de Amadeo Souza Cardoso) e no Petit Palais.

Mas Paris é, de facto, uma cidade famosa pela beleza e variedade dos seus monumentos. As suas torres, igrejas, palácios, arco do triunfo, pontes, fontes... São incontáveis os marcos que nos fazem visitar esta cidade e … viajar no tempo.

A Torre Eiffel é o símbolo de Paris e um monumento imperdível, sempre presente na paisagem parisiense, com os seus 324 metros de altura, permite-nos admirar uma das melhores vistas da cidade.

Sempre presente no horizonte, tal como a Torre Eiffel, a Torre Montparnasse oferece uma das melhores vistas sobre a cidade. Em apenas 38 segundos, o elevador mais rápido da Europa transporta o visitante até cerca de 200 metros de altitude, de onde podemos admirar a cidade aos nossos pés num ambiente divertido, moderno e confortável. A torre conta com instalações audiovisuais e interactivas, com fotografias e filmes da cidade, para nos ajudar a descobrir Paris. Tem ainda um bar panorâmico que oferece a oportunidade de desfrutar de uma refeição, enquanto se admira a capital francesa.

O Arco de Triunfo é a peça central da Praça Charles de Gaulle-Etoile, no topo dos Campos Elísios. Foi encomendado por Napoleão Bonaparte em 1806, como homenagem às vitórias das tropas francesas, mas só foi terminado 30 anos depois, durante o reinado de Luís Filipe, o último rei da França, que dedicou o monumento à glória do exército francês.

Elevando-se sobre o isolado monte Montmartre e dispondo de excecionais vistas sobre Paris, fica a Basílica do Sagrado Coração (Sacré Coeur) de Montmartre, construída em 1875 como um ato de penitência, após a derrota da França contra os prussianos, em 1870. De estilo romano-bizantino, o edifício foi consagrado em 1919 e apelidado de "basílica", tornando-se assim num santuário. O peculiar bairro de Montmartre, onde se situa a basílica, é um dos bairros mais populares para se gozar a vida noturna parisiense, sendo também conhecido como o "bairro dos artistas", já que nas suas ruas é possível encontrar muitos pintores com as suas obras.

Outro local que mereceu uma visita foi a Ópera Garnier ou Palais Garnier ─ é uma casa da ópera ─ localizada no  arrondissement de Paris. O edifício é considerado uma das obras-primas da arquitetura do seu tempo. Construído em estilo neobarroco, é o 13º teatro a “alojar” a Ópera de  Paris, desde a sua fundação por Luís XIV, em 1669, tendo capacidade para 1979 espectadores sentados. O palácio era comumente chamado apenas de Ópera de Paris, mas, após a inauguração da Ópera da Bastilha, em 1989, passou a ser chamado Ópera Garnier.

Por último, das visitas que fizemos, não poderíamos deixar de referir a visita ao palácio mais famoso de França ─ o Palácio de Versailles. Antiga estância de caça do rei Luís XIII foi transformada, a pedido do filho, na residência da corte e do governo francês. A sua Sala de Espelhos e a Capela merecem destaque pela decoração magnífica, assim como os maravilhosos jardins, que envolvem o palácio e acolhem mais de 400 estátuas de mármore e bronze e fontes esplêndidas.

Mas, quando se vem a Paris, há sempre uma pergunta que se coloca ao turista/visitante, e nós não fomos exceção. Então não vamos assistir a um espetáculo num dos cabarés parisienses? Daí que alguns dos participantes na nossa viagem tenham decidido ir assistir ao show do Lido. Não poderemos dizer que tenhamos ficado maravilhados diante do que vimos, mas convirá dizer que, sem dúvida, o espetáculo apresentado nos proporcionou um serão bastante agradável.

Já na viagem de regresso, no avião, dei comigo a relembrar e a passar, como que de relance, toda esta nossa viagem e estadia em Paris. Nos momentos que antecederam a entrada no avião que nos trouxe para Lisboa, alguns dos colegas de viagem irradiavam a sua alegria duma forma mais expansiva, outros nem tanto, havia até quem já perguntasse sobre qual a próxima viagem internacional da ASO/USO. Quanto a mim devo dizer-vos que foi uma boa e interessante viagem, bastante intensa, e de que gostei muito

Ao finalizar esta nossa crónica sobre a viagem da ASO/USO a Paris, realizada de 23 a 26 de maio, não poderíamos deixar de expressar, à Direção da ASO/USO e ao seu responsável pela organização desta viagem, uma palavra de profundo agradecimento e de parabéns pelo trabalho realizado!
Vasco Lopes da Gama