quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Afinal, o que é ser idoso? E quando é que começa a velhice?

Será que ser idoso é, simplesmente, alguém com rugas?

Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifique cronologicamente como idosa a pessoa com mais de 65 anos de idade, em países desenvolvidos, e com mais de 60 anos de idade, em países em desenvolvimento, o sentimento de envelhecimento acontece de forma distinta para cada pessoa, deixando algumas profundamente angustiadas, enquanto que outras a encaram de forma tranquila.

É evidente que o processo de envelhecimento é contínuo, ou seja, não se inicia numa idade específica. Portanto, não é simples delimitar quando uma pessoa se torna idosa.

Envelhecer não é fácil numa sociedade que negligencia, ou ignora, a velhice, esquecendo-se que, respeitar o idoso, é saber respeitar o dia de amanhã que nos aguarda.

E o Poder Público tem conseguido desenvolver ações eficazes para assegurarem aos idosos as condições necessárias ao pleno exercício da sua cidadania? Não é notório que lhes falta emprego, saúde e habitação condignos?

Ao nível do ambiente familiar, o idoso nem sempre recebe o carinho e atenção básicos, facto que os relega à realidade do isolamento e, não raras vezes, de abandono em lares da Terceira Idade. Esse abandono acontece geralmente quando o idoso já não pode trabalhar, tendo assim perdido o seu estatuto de trabalhador, passando a uma situação de dependência económica e financeira dos seus familiares.

Torna-se assim imprescindível que os idosos permaneçam entusiasmados com a vida, que ainda se sintam portadores da sua capacidade produtiva e possam pronunciar-se e decidir sobre tudo que lhes diz diretamente respeito.

Mas convenhamos, que não é nada simples e fácil envelhecer-se numa sociedade como aquela em que vivemos. É necessário que, dia a dia, haja um esforço conjunto entre família, governo e sociedade para que os idosos deixem de ser “cidadãos no papel” e vejam os seus direitos conquistados e plenamente garantidos.

Investir na valorização do idoso enquanto ser individual e social, significa que a Terceira Idade também pode ser sinónimo de vida ativa, saudável e produtiva, onde o fortalecimento dos laços afetivos familiares é, e será, a alternativa mais viável, já que através da solidariedade entre as gerações, estes tenham garantia de acesso aos seus efetivos direitos sociais.

Não tenhamos receio que a idade biológica bata à nossa porta porque, afinal, envelhecer não é um problema ─ é, isso sim, um privilégio!

Vasco Lopes da Gama

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Sonho de Consumo

Qual é o seu sonho de consumo? As respostas são muitas e variadas. O automóvel e a casa própria, são as respostas mais tradicionais no imaginário das pessoas, dividindo o espaço com as viagens para o estrangeiro, ou as novidades tecnológicas, como sejam: os computadores portáteis, os telemóveis, os televisores, os MP3, os iPod e os iPad, etc.

Alguns destes sonhos de consumo podem ser justificados por uma necessidade premente, como a dificuldade motivada pelo facto de depender apenas do transporte público, ou para fugir das despesas de aluguer duma casa. Mas outros sonhos são fruto dum desejo que visa pura e simplesmente aumentar o ego e a satisfação pessoal de quem os recebe.

Na maior parte das situações, ao falarmos nos sonhos, o que sobra em criatividade, falta, quase sempre, em recursos financeiros para torná-los realidade. Por isso, torna-se importante e absolutamente necessário que, cada um de nós, verifique se aquilo que quer, ou com que sonha, é compatível com a sua realidade e se o sacrifício exigido para a sua obtenção vale verdadeiramente a pena, pois o "consumo por impulso" é um dos grandes problemas da nossa sociedade e do seu endividamento.

Atualmente, um dos problemas que impedem muitas pessoas de melhorar a sua vida é que elas preferem ver os outros pelo que têm, em vez de procurarem ver o que os outros fizeram para conseguir aquilo que possuem, ou até mesmo ver o que eles próprios poderiam fazer para também o vir a alcançar.

O caminho mais curto para realizar o sonho de consumo, seja ele qual for, passa por organizar a vida financeira. E uma das formas para chegar a esse desiderato será a aplicação do chamado método "DISOP", que assenta nos seguintes quatro pilares: diagnosticar, sonhar, orçamentar e poupar.

No entanto, a atitude mais correta é, antes de fazer as outras despesas, calcular o preço do sonho e deduzir o valor do salário. Assim, para que o nosso sonho seja viável, é preciso que ele seja compatível com a nossa efetiva realidade.
Vasco Lopes da Gama