domingo, 29 de abril de 2012

O sonho comanda a vida

Começamos por analisar o que significa "sonhar". Das várias interpretações vamos deter-nos na de "sonhar acordado" – encontrámos então: pôr na imaginação, pensar constantemente em alguém ou alguma coisa, ter uma ideia fixa, fazer ideia de…, imaginar, prever, supor.

Sonhos, quem os não tem
Ao pôr na imaginação uma ideia fixa, não é nada mais do que desejar que alguma coisa se realize. Ao desejar, imaginamos e, ao imaginar, estamos a projetar o que queremos ver realizado.

Quem não tem sonhos? Custa-nos imaginar que existam pessoas que não tenham sonhos para realizar. Se existem estas pessoas, elas pararam, estagnaram, não têm vida nem perspetiva dela.

Para realizar os nossos sonhos, é recomendável que comecemos a pensar em prioridades.

Certamente que nos iremos deparar com muitas dificuldades. No entanto, devemos sempre focar como objetivo primordial o sonho a ser realizado. Ele deve depender fundamentalmente do nosso esforço, embora, nalgumas ocasiões, tenhamos que contar com a participação de outras pessoas. Mas, estas pessoas, funcionarão apenas como veículos colaboradores das nossas ações.

A realização dum sonho, já se pode considerar uma vitória.

A manifestação da vontade de realizar alguma coisa, é o que nos impulsiona a viver, a ter um objetivo.

Termos um sonho faz com que, todos os dias, vamos atrás dele. Às vezes trabalhar não é o que mais gostamos, mas somente assim, chegamos perto de realizar, nem sempre o sonho de nossas vidas, mas as pequenas coisas que nos fazem felizes. Podemos ter vários tipos de sonhos, mas o que importa é sonhar e acreditar nesse sonho. Afinal as coisas só se realizam por quem acredita. Sonhar não tem preço, porque sonhar é gratuito.

Um sonho não realizado, no momento em que gostaríamos que ele acontecesse, não significa que ele se tenha tornado impossível. Na vida nada é impossível, tudo depende do quanto desejamos alguma coisa e do quanto vamos lutar para que esse desejo se torne realidade.

Nas horas em que tudo à nossa volta parece desmoronar-se e dar errado, é nessa altura que mais precisamos de sonhar, acreditar, viver e lutar contra a adversidade.

Os sonhos são o sentido da nossa vida, o sonho só acaba quando desistimos dele.

Sonharmos acordados pode ser também concentrarmo-nos em algo que nos dá prazer imaginar: uma viagem, um romance, uma aventura, algo que nos ajuda a reduzir o "stress" e nos permite uma fuga da rotina e da nossa azáfama diária.

Sempre que quisermos e pudermos sonhemos acordados. Isso é muito saudável e não nos devemos preocupar se alguém nos disser que "sonhamos demais". Na vida, precisamos de ter um lugar para o sonho, mesmo que isso não passe apenas de um mero exercício contemplativo.

Sem sonhos, a vida não tem brilho.

Sonhemos, tracemos metas, estabeleçamos prioridades e corramos os riscos de executar os nossos sonhos. "É melhor errar por tentar do que errar por omitir!"

Nunca nos devemos esquecer que, para realizarmos os nossos sonhos, é necessário, em primeiro lugar, tê-los.

Sonhar é necessário e muito importante na vida de todos nós ─ faz bem à saúde!

Vasco Lopes da Gama

domingo, 15 de abril de 2012

Ver o mundo dum ponto vista…

Antes de se formularem quaisquer pensamentos, conceitos ou preconceitos a respeito de alguma coisa ou de alguém, devemos meditar na célebre frase de Leonardo Boff – “todo ponto de vista é a vista de um ponto” –, do seu livro “A Águia e a Galinha”.

Isto porque todos observam o mundo e elaboram os seus pontos de vista (conceitos) de acordo com o ponto em que estão, seja este ponto real e concreto, ou imaginário ou subjetivo.

Para entender e compreender alguém, é necessário e essencial saber como são os seus olhos, conhecer o seu lugar social e qual é sua visão de mundo, isto é, como esse alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam.

Muitas vezes, os problemas de mau relacionamento com os outros e com nós mesmos são motivados pela maneira como o mundo está a ser visto e interpretado por nós, uma vez que “cada um lê com os olhos que tem”.

Assim, quando mudamos o ponto do qual estamos a ver alguma coisa, ou uma atitude de alguém, conseguimos ver e ter um novo ponto de vista sobre o assunto, sobre a atitude, sobre o sentimento e pensamento.

Não existe certo, nem errado, acabamos todos por ter razão, porque “o ponto de vista é que é o ponto da questão”.

E em relação aos nossos filhos, não é verdade que muitas vezes não os compreendemos e achamos absurdas as suas ideias sobre a forma de estar na vida e no mundo?

Mas, será que alguma vez tentámos ver o mundo pelos olhos dos nossos filhos?

Quando estivermos sozinhos em casa, deitemo-nos na cama do nosso filho e procuremos observar o quarto dele sob essa perspetiva: procuremos ver o que ele vê quando está na cama, sentir o que ele sente, ouvir o que ele ouve, entrando no universo dele. Pode ser que encontremos alguns sinais interessantes, mas não façamos isso com o objetivo de investigar, ou de descobrir coisas erradas. Devemos fazer isso para ver o mundo com os olhos dele.

Observemos o guarda-roupa, os armários e as estantes. Vejamos o que está em primeiro plano. Quais são os objetos e brinquedos que estão em destaque, e quais são aqueles que já parecem meio esquecidos. De onde veio este ou aquele objeto? As gavetas das roupas, o que elas podem refletir do nosso filho? Que odores fazem perceber a presença do nosso filho? É mesmo um exercício de exploração imaginativa.

Depois vamos até à casa de banho que ele usa. Fiquemos aí um bom tempo e usemo-la como se fosse ele. Observemo-la e vejamos como ele deixa o papel higiénico, o sabonete e o shampoo, a escova de dentes, como está a limpeza do local. Tem revistas? Procuremos lê-las. Cheiremos as toalhas.

Tudo isto nos parece simples e, de facto, é! Porém os resultados, podem ser muito importantes. No mínimo, poderemos vir a ter uma compreensão sobre o nosso filho, sob um ponto de vista totalmente novo.

Uma outra forma de ver o mundo prende-se com o ponto de vista cristão. É uma concepção abrangente do mundo, a partir de uma perspetiva cristã.

A forma como olhamos para qualquer situação é influenciada pela forma como olhamos o mundo na sua totalidade. Cada ponto de vista do mundo, cristão ou não cristão, lida com, pelo menos, três questões:

1) De onde viemos? E por que estamos aqui?
2) O que há de errado com o mundo?
3) Como podemos consertá-lo?

O ponto de vista cristão do mundo responde biblicamente a estas três questões:

 1) Somos criação de Deus, feitos para governar o mundo e ter comunhão com Ele
      (Génesis 1:27-28; 2:15);
 2) Nós pecamos contra Deus e sujeitamos todo o mundo a uma maldição (Génesis 3); 
 3) O próprio Deus já redimiu o mundo através do sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo
      (Génesis 3:15; Lucas 19:10), e 
um dia irá restaurar a criação ao seu estado anterior de 
      perfeição (Isaías 65:17-25).

O ponto de vista cristão do mundo leva-nos a crer numa moral única e absoluta, em milagres, na dignidade humana e na possibilidade de redenção.

Na perspetiva do verdadeiro cristianismo, o ponto de vista do mundo é mais do que um conjunto de ideias para se usar na igreja. O cristianismo, como ensinado na Bíblia, já é em si mesmo um ponto de vista do mundo.

No entanto, o homem de mente materialista acredita que tudo aquilo que vê com seus olhos a beleza da natureza que o cerca no mundo material, as montanhas, as árvores, as flores, o brilho do sol, as nuvens são factos físicos que existem no seu mundo. Ele não pode conceber nada além do que pode ver, sentir ou ouvir. Mesmo a vida que se apresenta através do telescópio, ele aceita-a como parte de seu minúsculo universo. Ele é incapaz de reconhecer a magnitude do mundo de Deus - não pode entender Sua grandeza, pois só admite e valoriza as coisas que acrescentam conforto e prazer à sua vida.

Vasco Lopes da Gama

quinta-feira, 5 de abril de 2012