sexta-feira, 29 de abril de 2011

50 anos de odisseia no espaço

Há 50 anos atrás, mais precisamente no dia 12 de abril de 1961, o cosmonauta russo Yuri Gagarin, então com 27 anos, completava uma façanha inédita para a humanidade, dava início à corrida espacial e acirrava a rivalidade entre EUA e União Soviética. Há 50 anos, Yuri Gagarin, a bordo da nave Vostok 1, era o primeiro homem a entrar na órbita da Terra. O voo de 108 minutos no espaço de Yuri Gagarin (dando uma volta completa ao redor do planeta tendo proferido a famosa frase "A Terra é azul"), marcou um novo horizonte para a humanidade e, da noite para o dia, transformou um piloto de origem camponesa em herói.

Gagarin - astronauta que virou herói
Esta primeira grande aventura humana no espaço vem sendo marcada por homenagens em vários países. Em Londres, Inglaterra, uma estátua de Gagarin será instalada em julho na Trafalgar Square.

Recebido como herói nacional após desembarcar da sua cápsula, Gagarin continuou trabalhando para a agência espacial russa até 1968, quando faleceu no comando de um jato MiG.

Convirá aqui também fazer referência ao facto de que, em outubro de 1957, militares americanos captaram ruídos emitidos pelo satélite soviético Sputnik-1. Foi aí que eles perceberam que a corrida espacial já tinha começado. No início de 1958, o presidente Eisenhower reagiu a esta situação criando uma entidade civil controlada pelo governo e, em outubro de 1958, a Nasa iniciou as suas operações.  Foi assim,  com muita pressa,  que  surgiu a  mais  famosa  agência espacial do mundo.                                                                                                                    
Ainda em outubro de 1958, o primeiro projeto da Nasa, a sonda lunar americana Pioneer 1, desintegrou-se no espaço. Enquanto isso, em novembro, a cadela russa Kudriavka, da raça laika, tornava-se o primeiro ser vivo a viajar para fora do planeta.

Entretanto, o presidente John Kennedy, lançou o desafio de enviar um homem à Lua até o fim da década de 1960. Começava o projeto Apollo. Em 1967, durante um teste numa plataforma de lançamento, um incêndio na cápsula da Apollo 1, em terra, matou os três astronautas que a ocupavam. Mas a capacidade de reação da Nasa foi grande e, no dia 20 de julho de 1969, enquanto desembarcava em solo lunar, Neil Armstrong disse: “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. Finalmente, os russos tinham ficado para trás.

A nova revolução tecnológica provocada pela Nasa surgiu no fim da década de 1970, com a criação dos vaivéns espaciais, veículos orbitais reutilizáveis que revolucionaram as viagens para além da Terra. Foram eles os responsáveis pelos mais recentes sucessos e desastres da agência. O primeiro marco negativo ocorreu em 1986, quando, 73 segundos após o lançamento, o vaivém espacial Challenger explodiu nos céus da Flórida e matou todos a bordo – seis astronautas e uma civil, a professora Sharon McAuliffe. Mais uma vez, a agência se recuperou, a ponto de, em abril de 1990, completar com sucesso a instalação em órbita do telescópio Hubble, que até hoje possibilita descobertas inatingíveis para observatórios terrestres.

Mas uma segunda tragédia aconteceu em janeiro de 2003, quando a nave Columbia se desintegrou durante a entrada na atmosfera e matou sete tripulantes. 

Enquanto tenta, de novo, recuperar-se, a Nasa pensa nos desafios futuros e em voltar à Lua até 2020.
Vasco Lopes da Gama

domingo, 17 de abril de 2011

Bom Dia!

Quando te levantaste, pela manhã, Eu já tinha preparado o sol para aquecer o teu dia, e o alimento para a tua nutrição. Sim, Eu preparei tudo isso, enquanto velava o teu sono, a tua família, a tua casa. Esperei pelo “Bom Dia”, benzendo-te e dirigindo-me uma oração, mas esqueceste-te de Mim! Parecias ter tanta pressa! O sol apareceu, as flores deram o seu perfume, a brisa da manhã acompanhou-te e tu nem pensaste que fui Eu que preparei tudo para ti!

Os teus familiares sorriram, os teus colegas cumprimentaram-te, trabalhaste, estudaste, viajaste, realizaste negócios, alcançaste vitórias, mas … não percebeste que Eu estava cooperando contigo e mais teria feito se Me tivesses pedido! Eu sei, correste tanto!...

Leste bastante, ouviste e viste muita coisa, mas não tiveste tempo de ler e ouvir a Minha Palavra. Quis falar contigo, mas não paraste para ouvir. Quis aconselhar-te, mas nem pensaste nessa possibilidade … Se Me ouvisses, se rezasses, tudo seria melhor na tua vida. Mais uma vez esqueceste-te de Mim … Esqueceste-te que Eu desejo a tua participação no Meu Reino, com a tua vida, o teu tempo, os teus talentos!

Findou o teu dia e voltaste para casa! Mandei a lua e as estrelas tornarem a noite mais bonita, para te lembrar o amor que tenho por ti!

Certamente, agora vais dizer-me, “obrigado” e “boa noite”! – Estás a ouvir? Que pena! … Já adormeceste! E passaste o dia sem te lembrares de Mim! Boa noite, dorme bem! Eu fico a velar por ti!

E quando, enfim, quiseres saber quem Eu Sou, pergunta ao riacho que murmura, ao pássaro que canta, à flor que desabrocha, à estrela que cintila, ao jovem que espera e ao ancião que recorda … Chamo-me AMOR, o remédio para todos os males. Eu sou Jesus!
(Anónimo !?)

domingo, 10 de abril de 2011

Quaresma – Um tempo de preparação para a Páscoa

A Quaresma, cuja prática data do século IV, vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa maior do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa.

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão e a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve aproximar-se de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazer uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos.

A Quaresma é um tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa, sendo tempo para nos arrependermos dos nossos pecados e de mudar algo em nós, para sermos melhores e podermos viver mais próximos de Cristo. É, pois, o período propício a um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para o acolhimento do Cristo Vivo e Ressuscitado, no Domingo de Páscoa.

A duração da  Quaresma  está  baseada no símbolo do número quarenta,  na Bíblia. Nesta, fala-se dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública.

E que devem fazer os cristãos no tempo da Quaresma? Por meio do Evangelho, proclamado na quarta-feira de cinzas, a Igreja católica propõe três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias da nossa vida deve o cristão buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que a justiça, a paz e o amor existam em toda a humanidade. Os cristãos devem, portanto, neste tempo, recolher-se em reflexão para se aproximarem de Deus.

A Quaresma é um tempo "forte" de oração, jejum e atenção aos necessitados, oferecendo a todo cristão a possibilidade de se preparar para a Páscoa, fazendo uma séria e profunda ponderação da sua própria vida, confrontando-a, de maneira especial, com a Palavra de Deus, que deve iluminar o caminho quotidiano dos fiéis.

Que o período quaresmal, em que a Liturgia da Igreja apresenta à nossa reflexão os grandes mistérios da salvação, seja vivido por todos nós numa atitude de penitência e de sacrifício, para nos prepararmos dignamente para o encontro pascal com Cristo. Vivamos, pois, sempre animados pelo altíssimo ideal proclamado por Jesus, cujo mandamento é: Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.

Vasco Lopes da Gama

sábado, 2 de abril de 2011

Ser jornalista em Portugal

Até meados do século XIX, não houve jornalistas profissionais em Portugal. Havia, isso sim, redatores de jornais, preocupados em historiografar o mundo, em apresentar e analisar as novas ideias que surgiam ou ainda em deixar uma marca na política ou nas Belas Letras. Vários periódicos viviam de um só homem, proprietário, redator e, por vezes, até mesmo impressor.

Mas, a partir de 1830, a situação modificou-se. Os jornais começaram a integrar mais colaboradores, surgindo as funções de editor e de chefe de redação. Para além disso, a qualidade do jornalismo português elevou-se, devido à colaboração de intelectuais e escritores. No entanto, a transformação dos "cidadãos jornalistas" e dos "políticos e escritores de jornal" em jornalistas profissionais, foi lenta e gradual.

Com os progressos técnicos e o melhoramento dos meios de comunicação e dos transportes, os jornais utilizam processos cada vez mais rápidos e seguros para a obtenção de notícias. O noticiário, ao mesmo tempo que alcança maior desenvolvimento, ganha exatidão e rigor.

No final do século XIX, a industrialização do jornalismo português gerou a necessidade de aparição de um profissional com um novo perfil. Os meios jornalísticos industrializados queriam repórteres polivalentes que se devotassem a tempo inteiro ao jornalismo. Em consequência, os jornalistas começaram a adotar critérios profissionais de elaboração da notícia, abandonando um estilo pessoal, emotivo ou literário.

À medida que o jornalismo se profissionalizou, os jornalistas melhoraram o seu estatuto social e autonomizaram-se como classe, cultivando um conjunto de conhecimentos e competências específicos, bem como normas de conduta que, ainda hoje, expressam o conjunto de valores que sustentam a sua ideologia e cultura profissionais.

É a partir da profissionalização do jornalismo, da existência de uma classe profissional com direitos e deveres, cultura, ideologia e competências específicas, que se pode falar desta actividade tal como ela é hoje concebida.

No entanto, o jornalismo em Portugal tem vindo a sofrer uma degradação acentuada ao longo dos tempos. Tratando-se de um produto caro, a lógica empresarial dos grupos económicos em que os órgãos de comunicação social estão inseridos, tem levado a cortes de custos. Estes cortes são feitos em várias áreas, muitas delas essenciais a nível jornalístico, mas tidas como prescindíveis a nível das administrações, como por exemplo: aos jornalistas que são mais bem pagos, às vezes, é melhor deixá-los sair, ou dar-lhes um subsídio para eles se reformarem.

Hoje, é necessário passar por um estágio curricular para terminar uma licenciatura em Comunicação Social ou em Jornalismo e por um estágio profissional para obter a carteira de jornalista.

O estágio curricular serve para que os estagiários possam tomar contacto com a realidade prática daquilo que aprendem nas faculdades.

Contactar com as rotinas, fazer o trabalho que qualquer outro profissional já “encartado”, faz o estagiário dar a cara e o nome por um órgão de comunicação, privando de perto com as situações características do jornalismo, tais como: contactar com as fontes, redigir artigos, ir a conferências, elaborar notícias, concluir colunas de texto e estabelecer contactos com os profissionais jornalistas mais experientes e sabedores. Estas situações são os pontos positivos dum estágio para uma licenciatura, já que possibilitam preparar, de uma melhor forma, o estagiário para o mercado de trabalho que o espera.

No entanto, cremos que os estágios também terão um lado negativo. Muitas vezes, os estagiários são, digamos, “pau para toda a obra”. Muitas vezes fazem tudo nas redacções menos aquilo para o que vão, para além de se confrontarem com estágios precários, não remunerados, onde o seu trabalho é muitas vezes exploratório e pouco integrador.

Presentemente, grande parte das redacções em Portugal sobrevive apenas à custa de estagiários curriculares e, em certa medida, profissionais. Esta situação é mais frequente nos órgãos de comunicação social de menor dimensão. No entanto, não é exclusivo destes meios de comunicação social.

Se os jornalistas recém-formados se deparam sistematicamente com enormes dificuldades em entrar no mercado de trabalho, isso é sinónimo de que o produto jornalístico se tem vindo progressivamente a degradar.

Será que o futuro do jornalismo é o “freelancer”?

Na maior parte dos casos, em Portugal, não se trata de uma escolha, mas de uma imposição do sistema. Muitos dos jornalistas vêem-se forçados a ser “freelancers”, simplesmente porque não têm onde trabalhar.

A maioria dos “freelancers”, debate-se com dificuldades altamente desmotivadoras, uma vez que financiam as peças por sua conta e risco, sem garantia alguma de que sejam compradas e, mesmo quando são, as empresas acabam por pagar quantias irrisórias, cujos prazos de pagamento, nalguns casos, atingem vários meses.

Em Portugal, tal como noutras profissões, há também vários jornalistas a trabalharem há muitos anos a recibos verdes. O recibo verde significa estar a trabalhar temporariamente para um órgão de comunicação, o que equivale a estar num limbo: não estando integrado no quadro nem sendo “freelancer”, porque não se deixa de estar preso a vínculo laboral precário.

Atualmente, mais do que nunca, o jornalismo é visto como uma das profissões mais complexas. Por um lado, há quem o faz por gosto, mas, por outro, é uma profissão onde é difícil ser-se fiel a si próprio.

Infelizmente, o jornalista, tem quase sempre de passar as notícias e a informação da forma como querem que elas sejam passadas e transmitidas, e não da forma como ele gostaria e quereria passá-las. Daí que, em muitos casos, a imparcialidade que deveria existir, não há.

Vasco Lopes da Gama