quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

ENVELHECER E CRESCER, ENVELHECER E PROGREDIR...

No primeiro dia de aulas o nosso professor apresentou-se aos alunos, e desafiou-nos a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda.
Fiquei em pé a olhar à volta quando uma mão suave me tocou no ombro.
Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim. Um sorriso lindo que iluminava todo o seu ser.
Ela disse:

"Olá, o meu nome é Rosa e tenho oitenta e sete anos de idade.” 
E deu-me um gigantesco apertão de mão.
Não resisti e perguntei-lhe:
"Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade?", e ela respondeu brincalhona:
"Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar."
"Está a brincar", disse eu. 
Estava curioso em saber o que a tinha motivado a entrar neste desafio com a sua idade, e ela disse:"Eu sempre sonhei em frequentar um curso universitário, e agora estou a fazê-lo!"

Após a aula caminhamos para o prédio dos estudantes, e dividimos um milkshake de chocolate. Nos tornamos amigos instantaneamente.
Nos três meses seguintes íamos para a aula juntos e falávamos sem parar. Eu ficava sempre extasiado a ouvir aquela "máquina do tempo" compartilhar a sua experiência e sabedoria comigo.
Passado um ano, Rose tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse.
Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava a divertir-se!
No fim do semestre convidamos Rose para falar no nosso jantar de futebol.
Jamais esquecerei o que ela nos ensinou.
Ela foi apresentada e se aproximou do podium. Quando ela começou a ler o seu discurso deixou cair três, das cinco folhas no chão.
Frustrada e um pouco embaraçada, pegou no microfone e disse simplesmente:
"Desculpem-me, eu estou tão nervosa! 

Não vou conseguir colocar os meus papéis em ordem de novo, por isso deixem-me apenas falar sobre aquilo que eu sei."Enquanto nós ríamos, ela limpou a garganta e começou:
"Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque 
paramos de jogar.Existem quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir para termos “sucesso”.

Primeiro, precisamos rir e encontrar humor todos os dias.
Segundo, precisamos ter um sonho. 

Quando perdemos os nossos sonhos… morremos. Há tantas pessoas a caminhar por aí que estão mortas e nem desconfiam!Terceiro, há uma enorme diferença entre envelhecer e crescer. Entre envelhecer e Progredir.
Se tiveres dezanove anos e ficares deitado na cama um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, ficarás com vinte anos.

Se tenho oitenta e sete anos e ficar na cama um ano sem fazer nada, ficarei com oitenta e oito anos.
Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho.
Isso não exige talento nem habilidade, é uma consequência natural da vida. A ideia é crescer através das oportunidades.E, por último, não tenha remorsos. 
Os velhos geralmente não se arrependem do que fizeram, mas sim das coisas que deixaram de fazer.
As lágrimas mais amargas diante de um túmulo, são mais por palavras não ditas do que por palavras ditas, portanto, não tenham medo de viver.

Ela concluiu o seu discurso cantando corajosamente "A Rosa". 

Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e a vivê-la nas nossas vidas diárias.No fim do ano Rose terminou o último ano da faculdade que começara há tantos anos atrás.

Uma semana depois da formatura, Rose morreu tranquilamente em seu sono.
Mais de dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser, se realmente desejar.
"Ficar velho é obrigatório, crescer é opcional" 
(Retirado da Internet - Autor desconhecido)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

GEOMETRIA AMOROSA

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa."

E falando descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A alma irmãs
Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.

Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar,
Uma Perpendicular.

Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.

E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos
Viciosos.
Ofereceu, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo,
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema, ela era a fracção
Mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a
Relatividade.
E tudo que era expúrio passou a ser
Moralidade.
Como aliás, em qualquer
Sociedade.
Autor desconhecido, mas admirável!
​​