Continuando o programa por terras gregas, no terceiro dia da nossa viagem, após termos tomado o
pequeno almoço, partímos em direção ao grande lugar de culto de Apolo, um dos mais sagrados santuários
da Grécia – Delfos, situado no Monte
Parnaso, a 180km de Atenas.
Delfos é muito conhecida pelo
seu sítio arqueológico,
que foi declarado Património Mundial pela UNESCO. Era o
local dos Jogos Píticos e de um famoso oráculo (o oráculo de Delfos), que ficava dentro de um templo dedicado ao deus Apolo. Delfos era considerado por todo o mundo grego como o omphalos,
o centro do universo.
Delfos foi ocupada
desde o Neolítico, sendo extensamente
povoada no período Micénico. A
maior parte das ruínas que sobrevivem datam dos séculos VI a IV a.C..
Delfos fica num Planalto semicircular
conhecido como Phaedriades, junto ao Monte Parnaso,
e sobranceiro ao vale de Pleistos.
15 km a sudoeste de Delfos, há a cidade-porto de Kirrha, no Golfo de
Corinto.
Numa perspetiva mitológica, no local, a deusa Temis era a responsável
pelo oráculo de Delfos, que era guardado pela serpente Piton. Apolo, que havia aprendido a arte da profecia de Pã, filho de Zeus e Húbris, matou a serpente e tomou o oráculo.
Em Delfos havia uma fonte que emitia
os vapores que permitiam ao oráculo de Delfos fazer as suas profecias. O altar dedicado a Apolo provavelmente foi dedicado
originalmente a Gaia e depois a Poseidon.
O oráculo, nesse tempo, predizia o futuro baseado na água ondulante e no
sussurro das folhas das árvores.
O Templo de Apolo na sua forma atual é o terceiro
erguido no mesmo lugar e data do século IV
a.C., sendo uma construção no estilo dórico,
erguido sobre as ruínas de outros templos. Originalmente possuía seis colunas
na frente e 15 na lateral, mas foi destruído por um terremoto em 373 a.C. Era a sede do culto a Apolo e onde
eram proferidos os oráculos. Foi parcialmente restaurado entre 1938 e 1941.
O templo estava rodeado de várias capelas,
chamadas de tesouros, porque
guardavam os ex-votos e as ofertas das cidades-estado gregas, para comemorar
vitórias dedicadas ao Deus, ou para agradecer benefícios. De todos o mais
importante era o Tesouro de
Atenas, hoje o único restaurado, construído para comemorar a vitória na Batalha de Maratona. Outro muito rico era o Tesouro
de Sifnos, cujos cidadãos eram abastados por causa da exploração de ouro e
prata da sua região. O Tesouro
de Argos também é importante,
por ser o que se preservou em melhores condições.
Delfos, em resultado das
valiosas doações recebidas, tornou-se um centro de grande riqueza e influência na
Grécia Antiga. Mais tarde as suas riquezas foram pilhadas por sucessivos
conquistadores, sendo isto uma das causas apontadas ao declínio da cultura
grega.
O templo sobreviveu até 390
d.C., quando o imperador cristão Teodósio I silenciou o oráculo, destruindo o
templo e a maioria das estátuas e obras de arte em nome do Cristianismo. O
local foi completamente destruído pelos cristãos zelosos na tentativa de
remover todos os vestígios do paganismo.
Ainda em relação ao complexo arqueológico de Delfos deverão destacar-se:
Ainda em relação ao complexo arqueológico de Delfos deverão destacar-se:
- O Altar de Quios que estava localizado em frente ao
Templo, tendo sido construído pelo povo de Quíos no século
V a.C. todo em mármore negro, cujas ruínas foram restauradas em 1920;
- A Stoa dos Atenienses, construída
por Atenas para celebrar a vitória sobre os Persas em 478 a.C., era
uma estrutura com sete colunas talhadas em blocos únicos de pedra;
- O Ginásio compreendia uma série
de edificações usadas pelos jovens, incluindo uma stoa,
piscinas e banhos;
- O Estádio, localizado na parte
superior da encosta, construído originalmente no século V a.C., sofreu
muitas alterações em épocas posteriores. Podia acolher até 6.500
espectadores, com uma pista de corrida de 177 m de comprimento e 25,5 m de
largura;
- O Teatro estava instalado na
parte superior do complexo, oferecendo uma vista panorâmica do vale de
Delfos e de todo o santuário. Data do século IV a.C. que podia receber
5.000 pessoas, foi bastante remodelado com o tempo;
- O Tolo, no santuário de Atena
Pronaia, que foi erguido entre 380 e 360 a.C., com 20 colunas numa planta
circular de 14,7 m de diâmetro, com 10 colunas coríntias no
interior. Encontra-se a cerca de 800 m do grupo principal de ruínas;
- E, por
último, o Museu onde se guardam todos as oferendas
que eram levadas ao Oráculo, quando o iam consultar.
Vasco Lopes da Gama
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