domingo, 17 de maio de 2015

VISITAR A GRÉCIA... A REALIZAÇÃO DUM SONHO! ▬ ( II )

Continuando o programa por terras gregas, no terceiro dia da nossa viagem, após termos tomado o pequeno almoço, partímos em direção ao grande lugar de culto de Apolo, um dos mais sagrados santuários da Grécia – Delfos, situado no Monte Parnaso, a 180km de Atenas.
Delfos é muito conhecida pelo seu sítio arqueológico, que foi declarado Património Mundial pela UNESCO. Era o local dos Jogos Píticos e de um famoso oráculo (o oráculo de Delfos), que ficava dentro de um templo dedicado ao deus Apolo. Delfos era considerado por todo o mundo grego como o omphalos, o centro do universo.
Delfos foi ocupada desde o Neolítico, sendo extensamente povoada no período Micénico. A maior parte das ruínas que sobrevivem datam dos séculos VI a IV a.C..
Delfos fica num Planalto semicircular conhecido como Phaedriades, junto ao Monte Parnaso, e sobranceiro ao vale de Pleistos. 15 km a sudoeste de Delfos, há a cidade-porto de Kirrha, no Golfo de Corinto.
Numa perspetiva mitológica, no local, a deusa Temis era a responsável pelo oráculo de Delfos, que era guardado pela serpente Piton. Apolo, que havia aprendido a arte da profecia de , filho de Zeus e Húbris, matou a serpente e tomou o oráculo.
Em Delfos havia uma fonte que emitia os vapores que permitiam ao oráculo de Delfos fazer as suas profecias. O altar dedicado a Apolo provavelmente foi dedicado originalmente a Gaia e depois a Poseidon. O oráculo, nesse tempo, predizia o futuro baseado na água ondulante e no sussurro das folhas das árvores.
O Templo de Apolo na sua forma atual é o terceiro erguido no mesmo lugar e data do século IV a.C., sendo uma construção no estilo dórico, erguido sobre as ruínas de outros templos. Originalmente possuía seis colunas na frente e 15 na lateral, mas foi destruído por um terremoto em 373 a.C. Era a sede do culto a Apolo e onde eram proferidos os oráculos. Foi parcialmente restaurado entre 1938 e 1941.
O templo estava rodeado de várias capelas, chamadas de tesouros, porque guardavam os ex-votos e as ofertas das cidades-estado gregas, para comemorar vitórias dedicadas ao Deus, ou para agradecer benefícios. De todos o mais importante era o Tesouro de Atenas, hoje o único restaurado, construído para comemorar a vitória na Batalha de Maratona. Outro muito rico era o Tesouro de Sifnos, cujos cidadãos eram abastados por causa da exploração de ouro e prata da sua região. O Tesouro de Argos também é importante, por ser o que se preservou em melhores condições.
Delfos, em resultado das valiosas doações recebidas, tornou-se um centro de grande riqueza e influência na Grécia Antiga. Mais tarde as suas riquezas foram pilhadas por sucessivos conquistadores, sendo isto uma das causas apontadas ao declínio da cultura grega.
O templo sobreviveu até 390 d.C., quando o imperador cristão Teodósio I silenciou o oráculo, destruindo o templo e a maioria das estátuas e obras de arte em nome do Cristianismo. O local foi completamente destruído pelos cristãos zelosos na tentativa de remover todos os vestígios do paganismo.

Ainda em relação ao complexo arqueológico de Delfos deverão destacar-se:

  • Altar de Quios que estava localizado em frente ao Templo, tendo sido construído pelo povo de Quíos no século V a.C. todo em mármore negro, cujas ruínas foram restauradas em 1920;
  • Stoa dos Atenienses, construída por Atenas para celebrar a vitória sobre os Persas em 478  a.C., era uma estrutura com sete colunas talhadas em blocos únicos de pedra;
  • Ginásio compreendia uma série de edificações usadas pelos jovens, incluindo uma stoa, piscinas e banhos;
  • Estádio, localizado na parte superior da encosta, construído originalmente no século V a.C., sofreu muitas alterações em épocas posteriores. Podia acolher até 6.500 espectadores, com uma pista de corrida de 177 m de comprimento e 25,5 m de largura;
  • Teatro estava instalado na parte superior do complexo, oferecendo uma vista panorâmica do vale de Delfos e de todo o santuário. Data do século IV a.C. que podia receber 5.000 pessoas, foi bastante remodelado com o tempo;
  • Tolo, no santuário de Atena Pronaia, que foi erguido entre 380 e 360 a.C., com 20 colunas numa planta circular de 14,7 m de diâmetro, com 10 colunas coríntias no interior. Encontra-se a cerca de 800 m do grupo principal de ruínas;
  • E, por último, o Museu onde se guardam todos as oferendas que eram levadas ao Oráculo, quando o iam consultar.
Depois um saboroso almoço, num restaurante local e em ambiente agradável. Antes de iniciarmos a nossa viagem de regresso a Atenas, alguns dos elementos do grupo fizeram as tradicionais compras de lembranças, para além de também se ter aproveitado a oportunidade para tirarmos fotografias para mais tarde recordarmos.
Vasco Lopes da Gama

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