sábado, 30 de maio de 2015

VISITAR A GRÉCIA... A REALIZAÇÃO DUM SONHO! ▬ ( V )

No quinto e penúltimo dia da nossa viagem à Grécia e, chegados ao hotel, depois de termos passado o dia num mini-cruzeiro pelo Golfo Sarónico, no Mar Egeu, logo tivemos que nos aprontar para uma saída noturna. O programa incluía ainda, para este dia, um jantar numa das tradicionais tabernas, no bairro Plaka.
Poderá mesmo afirmar-se que foi uma decisão acertada! Plaka é um antigo bairro muito agradável e aprazível, particularmente à noite, quando todos saem para jantar e onde, em cada beco e viela se encontra uma taberna, música, escadinhas com flores, igrejinhas ortodoxas…
O trajeto do hotel até ao bairro de Plaka terminou na Taberna "Neos Rigas", que se encontrava repleta e onde já estavam previamente reservadas as nossas mesas.
Tivemos, então, oportunidade de saborear algumas das especialidades da culinária local, repleta de tradição e ingredientes frescos que conferem um toque especial ao sabor dos pratos, acompanhados pelos seus bons vinhos.
Entretanto, os músicos começaram a tocar, dando início ao espetáculo. Música, canções e danças folclóricas gregas, intercaladas de vez em quando por músicas e canções de alguns dos países dos turistas que enchiam aquela Taberna, foram acompanhando a degustação do nosso jantar e animando o ambiente.
Infelizmente, com bastante pena nossa, não fomos contemplados com nenhuma canção, ou música portuguesa. No entanto, nem por isso deixámos de nos divertir, cantar e até de, alguns de nós, fazerem o gosto ao pé dançando no palco com o grupo de dançarinos gregos, ao som de belas melodias tocadas pelos "músicos de serviço".
Entretanto, as horas iam passando e, naquele ambiente, quase nem dávamos por isso. Mas já era tarde e, como na manhã do dia seguinte deveríamos deixar o nosso hotel a caminho do aeroporto de Atenas, para a viagem de regresso, ainda teríamos que arranjar um tempito para arrumar as nossas coisas nas malas.
Na hora do regresso ao hotel era patente a alegria e boa disposição da maioria dos elementos do nosso grupo. Alguns irradiavam a alegria duma forma mais expansiva tendo, no trajeto até ao autocarro, cantado algumas canções do cancioneiro português.
No sexto e último dia de viagem, fomos despertados cedo. Após o pequeno almoço começou a habitual azáfama do transporte das malas e bagagens para a receção do hotel.
Tal como previsto, às 10H00, saímos do hotel para o Aeroporto de Atenas. Era o momento de darmos como que um último olhar à cidade e àquelas interessantes paragens que, certamente em muitos de nós, deixavam gratas recordações.
A viagem de regresso, tal como a viagem de ida, teve transbordo em Munique para mudança de voo. O tempo de espera em Munique, acabou por ser passado em amena cavaqueira, recordando alguns dos momentos da nossa estadia na Grécia, apreciando as "free shops", bebendo um café, uma cerveja e/ou saboreando alguma das especialidades e comidas típicas da Alemanha (p.ex. bratwurst, salsicha feita de carne de porco moída e especiarias).
A finalizar este relato de viagem não poderíamos deixar de referir o acompanhamento do desenrolar da mesma, via telemóvel, por parte da Presidente da Direção da ASO/USO, Senhora D. Isabel Martins, que muito nos sensibilizou. Aqui lhe queremos também expressar o nosso reconhecimento e agradecimento pelo seu empenho na realização desta viagem e a atenção demonstrada no decorrer da mesma. 
Vasco Lopes da Gama

quinta-feira, 28 de maio de 2015

VISITAR A GRÉCIA... A REALIZAÇÃO DUM SONHO! ▬ ( IV )

Ir a Grécia e não fazer um cruzeiro é como ir a Roma e não ver o Papa.
Alguns de nós estávamos entusiasmados com a ideia de desbravar o Mar Egeu.
Neste quinto dia de estadia na Grécia fomos conhecer as ilhas de Hydra, Poros e Egina, nesta ordem. E depois? Depois voltámos para Atenas para dormir no conforto do nosso hotel. É um mini-cruzeiro de um só dia!
São as famosas Ilhas do Golfo Sarónico e o passeio serve de amostra do que a Grécia insular (a parte do país formada por ilhas) tem para oferecer. Uma escapadinha divertida e que 90% dos turistas estrangeiros aproveitam.
São ilhas muito utilizadas também como destino de veraneio pelos atenienses, dada a proximidade, a facilidade de transporte e a grande oferta de imóveis para alugar.
Falando agora sobre o nosso cruzeiro podemos começar por referir que os navios utilizados não são aqueles transatlânticos que vêm à nossa mente quando falamos de um cruzeiro. Trata-se de um barco com vários ambientes: barzinho, restaurante e decks externos para melhor podermos apreciar a paisagem.
Na programação a bordo tivemos apresentações e atuações de música típica e dançarinos, para nos distrair nos percursos mais longos da viagem.
A Ilha de Hydra foi a primeira a ser visitada. Esta é a minha preferida. Não sei se é por causa das águas transparentes batendo nas rochas ao lado do porto … ou talvez pelo museu histórico com os seus canhões observando o azul indescritível daquele mar. Pode ser também por causa das casinhas brancas que sempre povoaram a minha imaginação, sobre como a Grécia deveria ser. 
As coisas lá em Hydra são carregadas no lombo de burricos, pois ali não circulam carros. Um verdadeiro encanto e fascinio.
Após o regresso ao nosso barco continuámos o nosso cruzeiro rumo à Ilha de Poros. Durante este percurso foi servido o almoço.
Atracados à Ilha de Poros, descemos e tivemos algum tempo livre para passear. Casinhas brancas, dezenas de igrejinhas e o belo mar com uma cor indescritível. Tudo quanto ao que imaginávamos sobre as ilhas gregas materializava-se ali mesmo, aos nossos olhos.
O programa nesta ilha era caminhar pelas ruelas antigas e sentir um pouco dum país que ainda vive de pesca, oliveiras e artesanato. Mas, o que verdadeiramente nos impressiona, é imaginar como eles conseguem manter a sua autenticidade mesmo com os milhões de turistas que todos os dias ali aportam, vindos do mundo todo.
De regresso ao cais embarcámos para reiniciarmos a nossa viagem, agora rumo à Ilha de Egina (ou Aegina).
Das três esta é a maior das ilhas, tem estradas e várias praias inclusive. O cruzeiro proporcionava algumas opções de passeio extra, que alguns dos elementos do nosso grupo aproveitaram para fazer e que acharam interessantes.
É a pátria dos pistaches, são um dos maiores produtores do mundo, para além de também aqui podermos apreciar o verde das oliveiras.
Ainda nesta ilha podemos admirar um dos mais lindos e preservados templos dóricos de toda a viagem, em homenagem a Afaia, que é uma das versões da deusa Atena.
Depois de passarmos o resto da tarde na Ilha de Egina (ou Aegina), voltámos em segurança para o Porto de Pireus, regressando tranquilamente ao nosso hotel no centro de Atenas.

Relativamente a este cruzeiro e em termos duma avaliação global, para além dos momentos de descontração, confraternização e saudável convívio entre todos os elementos do nosso grupo, poderemos destacar os belos lugares visitados, as lindas paisagens, um mar azul de encantar e regalar os olhos, a diversão a bordo … ou seja, em resumo e numa palavra ─ aprovado!

Vasco Lopes da Gama

VISITAR A GRÉCIA... A REALIZAÇÃO DUM SONHO! ▬ ( III )

Após três dias de viagem já nos começávamos a sentir familiarizados com Atenas. No quarto dia, depois de termos aproveitado a manhã livre para darmos uma volta por Atenas e feito a compra de algumas lembranças, estava programada para a parte da tarde uma saída para visitar o Cabo Sounion, que fica situado no extremo sul da Ática, a uns 70 Km da capital.
O percurso que fizemos de Atenas para o Cabo Sounion foi através duma estrada à beira-mar, que nos proporcionou a apreciação de um mar azul maravilhoso e com praias muito bonitas e de recantos de sonho. Sem dúvida que, por momentos, parecia estarmos perante a visualização de algo semelhante a um bilhete-postal.
O Cabo Sounion, uma pequena faixa de terra que avança para o mar, é como que uma pérola defronte do mar Egeu, que abriga o Templo de Poseidon, construído no ano 44 a.C., dedicado ao Deus do Mar. O Templo, com muitas das suas magníficas colunas dóricas originais, ainda erguidas, está bem conservado e impressiona pela sua localização, na parte mais elevada do cabo.
Já na estrada, a vista do mar Egeu, é linda, mas fica ainda mais bonita quando se chega ao Templo que foi erguido para proteger as águas gregas. Observar o mar a partir do Templo é fantástico bem como, certamente, a vista do mar para o Templo, também deve ser fenomenal. Assim, não admira que a adoração a Poseidon fosse tanto da terra como do mar.  
Muitos de nós nem nos dávamos conta do inexorável andamento dos ponteiros do relógio. Começavam a ser horas de iniciar a viagem de regresso a Atenas. Depois de termos passado pela loja existente no local para trazer umas recordações dirigimo-nos ao autocarro que nos trouxe de volta ao nosso hotel em Atenas.
Depois do jantar no hotel, a maioria dos elementos do nosso grupo, foi descansar pois, no dia seguinte, teríamos que nos levantar cedo, já que nos esperava um dia muito cheio, com um cruzeiro pelo Golfo Sarónico, no Mar Egeu, visitando três das suas ilhas.

Vasco Lopes da Gama

domingo, 17 de maio de 2015

VISITAR A GRÉCIA... A REALIZAÇÃO DUM SONHO! ▬ ( II )

Continuando o programa por terras gregas, no terceiro dia da nossa viagem, após termos tomado o pequeno almoço, partímos em direção ao grande lugar de culto de Apolo, um dos mais sagrados santuários da Grécia – Delfos, situado no Monte Parnaso, a 180km de Atenas.
Delfos é muito conhecida pelo seu sítio arqueológico, que foi declarado Património Mundial pela UNESCO. Era o local dos Jogos Píticos e de um famoso oráculo (o oráculo de Delfos), que ficava dentro de um templo dedicado ao deus Apolo. Delfos era considerado por todo o mundo grego como o omphalos, o centro do universo.
Delfos foi ocupada desde o Neolítico, sendo extensamente povoada no período Micénico. A maior parte das ruínas que sobrevivem datam dos séculos VI a IV a.C..
Delfos fica num Planalto semicircular conhecido como Phaedriades, junto ao Monte Parnaso, e sobranceiro ao vale de Pleistos. 15 km a sudoeste de Delfos, há a cidade-porto de Kirrha, no Golfo de Corinto.
Numa perspetiva mitológica, no local, a deusa Temis era a responsável pelo oráculo de Delfos, que era guardado pela serpente Piton. Apolo, que havia aprendido a arte da profecia de , filho de Zeus e Húbris, matou a serpente e tomou o oráculo.
Em Delfos havia uma fonte que emitia os vapores que permitiam ao oráculo de Delfos fazer as suas profecias. O altar dedicado a Apolo provavelmente foi dedicado originalmente a Gaia e depois a Poseidon. O oráculo, nesse tempo, predizia o futuro baseado na água ondulante e no sussurro das folhas das árvores.
O Templo de Apolo na sua forma atual é o terceiro erguido no mesmo lugar e data do século IV a.C., sendo uma construção no estilo dórico, erguido sobre as ruínas de outros templos. Originalmente possuía seis colunas na frente e 15 na lateral, mas foi destruído por um terremoto em 373 a.C. Era a sede do culto a Apolo e onde eram proferidos os oráculos. Foi parcialmente restaurado entre 1938 e 1941.
O templo estava rodeado de várias capelas, chamadas de tesouros, porque guardavam os ex-votos e as ofertas das cidades-estado gregas, para comemorar vitórias dedicadas ao Deus, ou para agradecer benefícios. De todos o mais importante era o Tesouro de Atenas, hoje o único restaurado, construído para comemorar a vitória na Batalha de Maratona. Outro muito rico era o Tesouro de Sifnos, cujos cidadãos eram abastados por causa da exploração de ouro e prata da sua região. O Tesouro de Argos também é importante, por ser o que se preservou em melhores condições.
Delfos, em resultado das valiosas doações recebidas, tornou-se um centro de grande riqueza e influência na Grécia Antiga. Mais tarde as suas riquezas foram pilhadas por sucessivos conquistadores, sendo isto uma das causas apontadas ao declínio da cultura grega.
O templo sobreviveu até 390 d.C., quando o imperador cristão Teodósio I silenciou o oráculo, destruindo o templo e a maioria das estátuas e obras de arte em nome do Cristianismo. O local foi completamente destruído pelos cristãos zelosos na tentativa de remover todos os vestígios do paganismo.

Ainda em relação ao complexo arqueológico de Delfos deverão destacar-se:

  • Altar de Quios que estava localizado em frente ao Templo, tendo sido construído pelo povo de Quíos no século V a.C. todo em mármore negro, cujas ruínas foram restauradas em 1920;
  • Stoa dos Atenienses, construída por Atenas para celebrar a vitória sobre os Persas em 478  a.C., era uma estrutura com sete colunas talhadas em blocos únicos de pedra;
  • Ginásio compreendia uma série de edificações usadas pelos jovens, incluindo uma stoa, piscinas e banhos;
  • Estádio, localizado na parte superior da encosta, construído originalmente no século V a.C., sofreu muitas alterações em épocas posteriores. Podia acolher até 6.500 espectadores, com uma pista de corrida de 177 m de comprimento e 25,5 m de largura;
  • Teatro estava instalado na parte superior do complexo, oferecendo uma vista panorâmica do vale de Delfos e de todo o santuário. Data do século IV a.C. que podia receber 5.000 pessoas, foi bastante remodelado com o tempo;
  • Tolo, no santuário de Atena Pronaia, que foi erguido entre 380 e 360 a.C., com 20 colunas numa planta circular de 14,7 m de diâmetro, com 10 colunas coríntias no interior. Encontra-se a cerca de 800 m do grupo principal de ruínas;
  • E, por último, o Museu onde se guardam todos as oferendas que eram levadas ao Oráculo, quando o iam consultar.
Depois um saboroso almoço, num restaurante local e em ambiente agradável. Antes de iniciarmos a nossa viagem de regresso a Atenas, alguns dos elementos do grupo fizeram as tradicionais compras de lembranças, para além de também se ter aproveitado a oportunidade para tirarmos fotografias para mais tarde recordarmos.
Vasco Lopes da Gama

quinta-feira, 14 de maio de 2015

VISITAR A GRÉCIA… A REALIZAÇÃO DUM SONHO! ▬ ( I )

Inserida no plano de atividades do ano letivo 2014/2015, a viagem à Grécia da Associação Sénior de Odivelas (ASO) / Universidade Sénior de Odivelas (USO), decorreu entre os dias 24 e 29 de abril de 2015, tendo nela participado 33 associados da ASO e alunos da USO. Para além de ter sido uma oportunidade para o nosso enriquecimento cultural, contribuiu também para nos ter proporcionado momentos dum franco e agradável convívio, entre todos os elementos do nosso grupo, contribuindo assim para o estreitamento e fortalecimento dos laços de amizade e companheirismo do círculo "ASO/USO".
Sempre tive muita vontade de conhecer a Grécia, por ser um país histórico e que nos oferece várias opções de cultura e lazer.
Por isso, ao ser inserido no plano de atividades do ano letivo 2014/2015 da "ASO/USO", uma viagem à Grécia, logo vi aqui a oportunidade de poder realizar um antigo e desejado sonho.
Quando o nosso grupo chegou a Atenas ainda me parecia que estava a sonhar! Três mil anos de idade e de história! Já dentro da cidade, achei Atenas um espetáculo ao ar livre, com todos os registos palpáveis do chamado berço da civilização ocidental e da democracia, ali mesmo, à nossa frente e aos nossos pés.
A primeira coisa que impressiona é, obviamente, a Acrópole. É mesmo assim, só percebemos as coisas quando estamos junto delas. Tantos mapas, fotografias, vídeos e nunca tinha tido noção da forma absolutamente dominante da Acrópole sobre a cidade.
Atenas é enorme, mas fica numa planície onde há montanhas à volta e um ou outro monte pelo meio. A Acrópole é como que o coração de tudo, parece que a cidade se organiza à volta dela e, ao que parece, são poucos os sítios da cidade de onde ela não se veja. Mas não é só a natureza que torna a Acrópole tão dominadora, é também o facto de os gregos não permitirem construção em altura que possa ser mais alta que a Acrópole. Por isso, o que vemos é o monte que domina a cidade, sem qualquer concorrente, a não ser outros montes.
A Acrópole é o principal ponto turístico da cidade de Atenas. Passear pela Acrópole é respirar história e transportar-nos para a época de ouro da Grécia Antiga.
Grande parte da Acrópole está destruída e com maquinaria e equipamentos que fazem o seu restauro, o que atrapalha um pouco as fotografias. Porém, o enorme encanto que este lugar possui faz-nos esquecer quaisquer problemas…
Do complexo de templos da Acrópole (cidade alta, em grego) sobraram apenas ruínas, mas mesmo assim é tudo ainda tão grandioso, que é difícil não se ser arrebatado por esse lugar onde o tempo é medido em milênios! O monumento mais impactante é sem dúvida alguma o Parthenon – Casa da Virgem –, feito de mármore, que foi erguido entre 449-438 a.C. para abrigar a estátua da deusa Athena.  Mais do que um templo sagrado, este monumento cultural e político era palco de grandes celebrações pelas vitórias dos gregos contra os invasores da Ásia, depois dos combates entre a lei, a democracia e a civilização, contra o atraso, a barbárie e a tirania.
O Erechtheion, construído entre 421-406 a.C., é outro grande monumento para ser admirado, com as suas famosas Cariátides. Elas estão representadas em seis diferentes colunas de 6,8 m de altura cada uma, com formas femininas que, emblemática e serenamente, sustentam nas suas cabeças todo o peso do templo. Essas colunas são cópias, pois as originais estão no Museu da Acrópole, protegidas do desgaste sofrido pela poluição. Este templo era o local mais sagrado da Acrópole, onde vários deuses e heróis eram venerados. No teto existe um orifício que nunca taparam porque pensavam que tinha sido produzido por um raio que Zeus tinha lançado! No século VII d.C. o local foi convertido num templo cristão, e manteve-se em bom estado de conservação desde então, até 1827, quando uma grande parte foi destruída pelos bombardeamentos durante a guerra da independência.
Aos pés da colina da Acrópole ficam o Teatro de Dionísio, o mais antigo do mundo, e o Odeon de Herodes Ático, de 161 d.C.. Dionísio (denominação na Literatura Grega) era o deus da geminação e do vinho (o conhecido Baco, na Literatura Greco-Romana). Durante o século VI a.C. o seu culto espalhou-se por toda a Grécia. Por conta disso, um teatro foi erguido em sua honra e foi onde surgiu, pela primeira vez, a figura do ator. A partir de então, textos não só das aventuras de Dionísio, mas também de outras figuras históricas e míticas, passaram a ser declamados no local. Berço da dramaturgia ocidental, da tragédia e da comédia, foi lá que apareceram, também, as famosas máscaras, pois um único ator representava vários papéis! Neste teatro, Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristóteles representaram as suas obras imortais, para, calcula-se, mais de 17 mil espectadores! O Odeon de Herodes Ático foi construído por Tiberius Claudius Herodes, membro de uma importante família ateniense, em homenagem a sua esposa, Regilla. O espaço, erguido segundo a forma dos teatros romanos, tinha capacidade para 5 mil espectadores e muitas tragédias gregas foram lá encenadas. Hoje, recuperado, o palco é local de festivais e concertos.
Toda a zona à volta da Acrópole está bastante desafogada. No fundo, há um enorme passeio urbano, com árvores e outros espaços verdes.
Destaque também para o estranho edifício que é o fantástico Museu da Acrópole. A parte de cima está desalinhada em relação ao resto, para ser paralela ao próprio Parthenon. O museu é incrível pela riqueza daquilo que conserva e pelo edifício em si. O "diálogo" entre o sítio real e o sítio conservado é extraordinariamente bem articulado pela utilização do vidro e pela disposição das peças.
Saindo da Acrópole em direção à Av. Doinysiou, chega-se ao Arco de Adriano, construído na época do domínio romano, em 120 d.C, quando o Imperador Adriano ergueu o arco em sua própria homenagem. Ali também se encontra o Olympeion, o Templo de Zeus Olímpico onde ainda se vêm 15 impressionantes colunas, das 104 originais! Este templo, considerado um dos maiores da antiguidade, levou sete séculos para ser concluído, tendo o seu início no século VI a.C.. Cada coluna mede 17,25 m de altura!
Outro sítio arqueológico imperdível é a Ágora Antiga. Era o centro do poder e da democracia ateniense e cenário das atividades políticas, legislativas, sociais, culturais, desportivas e religiosas. Ali funcionavam os templos de adoração e o comércio, e era onde Sócrates, o "Pai da Filosofia", expunha suas ideias tão avançadas ("Sei que nada sei"). Além dele, passaram por lá: Platão, Aristóteles, Péricles, Homero e Alexandre o Grande. E vale a pena também lembrar que vêm da Grécia a democracia, a filosofia, a medicina, a ética, a estética, o teatro, a oratória e, mais tarde, Zorba o Grego, o queijo feta, o iogurte e a moussaka!!! Também o sumptuoso Templo de Hefestos e a Biblioteca de Adriano, estão bem preservados.
Mais uma visita emocionante e cheia de História: o Estádio Panatenaico! Finalizado em 566 a.C., passou por um longo restauro/reconstrução para a realização dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, em 1896. Isto deu-se graças ao empenho do Barão Pierre de Coubertin que, em 1894, organizou em Paris a Conferência Olímpica Mundial. No ano de 2004, quando Atenas foi novamente escolhida como sede dos Jogos Olímpicos, este estádio, com capacidade para 68 mil espectadores, foi o local de chegada da prova mais célebre ▬ a maratona.
Estamos perante tanta História para um país tão pequeno e fragmentado em inúmeras ilhas, verdadeiro quebra-cabeças geográfico, que se torna difícil imaginar o quanto os gregos realmente influenciaram o Ocidente, em tudo!
Depois de tanta cultura, passar pelo Parlamento para ver a troca da guarda, que é feita de hora em hora, pode ser bem divertido! Seja como for, a experiência será no mínimo interessante, pois eles usam roupas e sapatos bem estranhos e marcham de maneira mais estranha ainda! A diversão completa-se com o público a tirar fotografias ao lado dos guardas, que não se mexem nem sorriem de forma nenhuma! Mas, apesar da cara séria, eles são bem engraçados, parecem "soldadinhos de chumbo"!
O resto de Atenas é vivê-la. Andar pelas ruas, sentir a intensidade, passear pelo bairro Plaka, desfrutar de alguns momentos nas esplanadas bebendo um café, um refresco, ou saboreando um gelado e observar o fervilhar e o bulício da cidade. Sempre alguns de nós pensámos que Atenas seria uma cidade para ver só uma vez na vida. Mas, pelo menos eu, já ando a pensar em inclui-la numa próxima viagem à Grécia.
As compras, ah as compras… trazer um olho grego, não há quem não goste (e, se calhar, não precise!), é bonito e barato. As joias de ouro e prata são lindas e famosas, as sandálias de couro também. Há lembranças para todos os preços e são muitas as lojas típicas para turistas.
Bem, vamos deixar os relatos sobre Atenas e, podem crer, com saudades desta cidade mágica e enigmática, concordando com Nikos Kazantzakis, autor de Zorba, o Grego, quando ele diz que “em nenhum outro lugar do mundo se passa tão suavemente da realidade ao sonho"!!! Mas o nosso sonho ainda não tinha acabado, pois ainda íamos continuar, por mais uns dias, a viagem e a estadia em terras gregas!!! O relato desses dias serão objeto duma crónica que irei publicar em breve.
Vasco Lopes da Gama