quarta-feira, 1 de junho de 2011

Recordações duma viagem ao Alentejo (IV) - Castelo de Vide

Castelo de Vide é uma vila portuguesa no Distrito de Portalegre, região do Alto Alentejo.

É sede de um município com 264,83 km² de área, subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a nordeste por Espanha, a leste pelo município de Marvão, a sul pelo município de Portalegre, a sudoeste pelo município do Crato e a oeste e noroeste pelo município de Nisa.

O carácter romântico da vila de Castelo de Vide, associado aos seus jardins, abundância de vegetação, clima ameno e proximidade da serra de São Mamede, tornou-a conhecida por "Sintra do Alentejo" (esta designação é atribuída ao rei D. Pedro V).
 
Toda a região de Castelo de Vide testemunha a presença do homem desde os tempos mais remotos da sua existência, pois os vestígios arqueológicos, desde o paleolítico até ao tempo actual, comprovam a continuidade da permanência dos ocupantes ao longo das épocas, ex: menir da meada, necrópole megalítica dos coureleiros, construções de falsa cúpula, várias antas.

O património arquitectónico de Castelo de Vide é de uma grande riqueza, é a expressão de uma história plena de vicissitudes, permanecendo vivos os sinais de diferentes ocupações. Merecem destaque o burgo medieval, o castelo, o forte de S. Roque, as muralhas que envolvem a vila, a judiaria, a sinagoga medieval e as portas e janelas ogivais dos séculos XIV a XVI, bem como muitas e belas igrejas. Para além de constituir uma forte atracção turística, o património arquitectónico de Castelo de Vide constitui um elemento de referência na identidade territorial dos seus habitantes. A população residente é de 4144 habitantes, e a economia local assenta principalmente no turismo.




No que diz respeito à fauna e à flora, a diversidade das condições ecológicas aponta para a presença de numerosas comunidades de animais. Aves consideradas raras, como a águia-de-bonelli e o grifo, repartem o território com gaviões, águias cobreiras, peneireiros-cinzentos, milhafres e tartaranhões, havendo ainda a assinalar a presença do bufo-real e da coruja-do-mato. Para além das aves de presa, é de notar a presença da cegonha-negra em Castelo de Vide, enquanto um numeroso grupo de passeriformes povoa os recantos serranos. No seu conjunto, as espécies referenciadas representam mais de metade das dadas como nidificantes no país.

Numa região em que a expressão mediterrânica é manifesta, a presença de carvalhais e castinçais conferem a este Alentejo um sabor de paragens setentrionais, ambas vivem em paredes meias com sobreiros, azinheiras, oliveiras e todo um cortejo de espécies silvestres, algumas das quais raras.

No subsolo encontram-se várias jazidas de cobre, ferro, chumbo, volfrâmio. A qualidade dos seus níveis freáticos permitem o aparecimento de muitas nascentes por todo o Concelho, destacando-se as propriedades das águas minero-medicinais (Vitalis e Castelo de Vide) exploradas mais a sul na zona de granitos, constituíndo um importante recurso industrial. 

Castelo de Vide é quase sinónimo de águas, nascentes e fontes.

  
No século XVIII há notícias que existiam no termo de Castelo de Vide mais de trezentas fontes, algumas das quais certamente já desaparecidas, mas em contrapartida outras foram surgindo. Das várias fontes e fontanários poderemos destacar as seguintes: Fonte da Vila, Fonte do Montorinho, Fonte da Mealhada, Fonte do Ourives, Fonte do Pêro Boi, Fonte de S. Tiago, Fonte de Martinho, Fonte dos Besteiros, Fonte da Sra. da Penha, Fonte Sant'Ana, Fonte do Penedo Monteiro, Fonte Nova, Fonte do Vale Serrão, Pedra do Alentejo.
Vasco Lopes da Gama

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