quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A CARTA DE DEUS




Você é um ser humano. É meu milagre.

E é forte, capaz, inteligente, cheio de talentos. Entusiasme-se com eles.

Encontre-se consigo mesmo. Aceite-se. Anime-se.

Pense que, a partir deste momento, pode mudar a sua vida para melhor.

Isso se assim você o quiser, se programar, se encher de entusiasmo para o alcançar.

E, sobretudo, se perceber toda a felicidade que pode conseguir, somente pelo fato de desejá-la.

Não tenha medo de começar uma vida nova.

Não se lamente nunca. Não se queixe. Não se atormente. Não se deprima.

Você está dotado de poderes desconhecidos para todas as criaturas do Universo.

Ninguém é igual a você.

Só você pode escolher o caminho da felicidade.

Eu dei-lhe os poderes de amar e de criar, de rir e de falar, da vontade e de escolher o melhor, de rezar... e ainda o poder de escolher o seu próprio destino, usando a sua vontade. Eu coloquei-o acima dos anjos.

Use sabiamente os seus poderes. Faça a opção de amar em vez de odiar. Rir e não chorar. Criar e não destruir. Escolher perseverar em vez de renunciar. Elogiar e não criticar. Dar em vez de tirar. Agir e não odiar. Bendizer e não renegar.

Escolha dar graças em vez de blasfemar.

Escolha viver em vez de morrer miseravelmente à margem da verdade...

Aprenda a sentir a minha presença em cada ato da sua vida. Cresça em cada dia com otimismo e esperança. Abandone o medo e os sentimentos negativos. Chame-me. Busque-me. Lembre-se de mim.

Vivo em si desde sempre amando-o e se você vem a mim encontrará o amor e a PAZ com que tanto sonha.

Tente tornar-se simples, inocente, generoso, doador, descubra a sua capacidade de se maravilhar com a criação e sinta-se humano...

Só você pode compreender uma lágrima ou a dor. Você pode conhecer o AMOR.

Lembre-se de que é meu milagre destinado a ser feliz, com misericórdia, com piedade, com alegria, para que este mundo, por onde você passa, seja digno de si.

E se você é meu milagre, use os seus dons, transforme a escuridão em luz, modifique o lugar onde vive, transmitindo às pessoas, esperança, alegria e otimismo e faça-o sem temor, porque, Eu estou ao seu lado!

Eu estou consigo.

DEUS.

(Autor desconhecido)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A saúde mental dos portugueses

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

 Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

 Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

 Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

 Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

 Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

 Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

 Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

 E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso - Médico psiquiatra

(Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Não me apetece fazer nada!

É claro que todos nós sabemos o que é não fazer nada – é muito fácil estar deitado no sofá a ver o tempo passar.

Mas a maioria das pessoas está demasiado ocupada para se poder dar ao luxo de ver o tempo passar e, quando tem uma oportunidade de não fazer nada, não a sabe aproveitar! Pensa no trabalho, nos afazeres domésticos, na discussão que teve ontem com o colega de trabalho, no presente que tem de comprar para oferecer à esposa, ou nisto, ou naquilo.

Desta maneira, raramente é possível saborear o simples acto de não fazer nada que, para muitos, é ainda contra-produtivo. Fazer nada pode ser altamente stressante, porque estamos habituados ao corre-corre diário.

Não fazer nada pode parecer que é uma perca de tempo, mas também pode ser uma arte. Uma arte que devemos aprender a dominar e que pode contribuir para melhorar a nossa vida, ajudando a dissipar o stress e, por incrível que nos pareça, pode até proporcionar um aumento dos nossos níveis de produtividade.

Quando começámos a aula da “Oficina de Jornalismo”, na Universidade Sénior de Odivelas, no dia 9 de Junho p.p., fomos confrontados com a sugestão de escrever uma crónica sobre qualquer tema.

Ao ouvir isto, disse cá para os meus botões, ora quem havia de dizer que tinha de escrever uma crónica, e num dia em que acordei mal disposto, rabugento, não me apetecendo fazer rigorosamente nada!

Mas a vida é feita destas coisas. Não raras vezes nos deparamos com situações inesperadas, com as quais nos confrontamos e que temos de solucionar e resolver.

Foi isto mesmo que me sucedeu. Embora sem jeito, aqui alinhavei umas linhas sobre o meu desconforto, apresentando as minhas desculpas por estas palavras e esta minha franqueza, ao elaborar esta crónica.


Vasco Lopes da Gama

sábado, 18 de setembro de 2010

TERAPIA DO ELOGIO (Arthur Nogueira, Psicólogo)

Terapeutas de renome que trabalham com famílias, divulgaram uma recente pesquisa onde se nota que os membros das famílias  estão cada vez mais frios, mais distantes, não existe mais carinho, não valorizam mais as qualidades, só se ouvem críticas.

As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando os defeitos dos outros.

Por isso, os relacionamentos de hoje não duram.

A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias de médios e altos rendimentos. Não vemos os homens elogiando as suas mulheres, ou vice-versa, não vemos os chefes elogiando o trabalho de seus subordinados, não vemos pais e filhos se elogiando; amigos, etc.

Só vemos pessoas fúteis valorizando artistas, cantores, pessoas que usam a imagem para ganhar dinheiro e que, por consequência, são pessoas que tem a obrigação de cuidar do corpo, do rosto.

Essa ausência de elogio tem afetado muito as famílias.

A falta de diálogo nos lares e o excesso de orgulho, impede que as pessoas digam o que sentem e levam essa carência para dentro dos consultórios.

Acabam com os seus casamentos, acabando por procurar noutras pessoas o que não conseguem dentro de casa.

Vamos começar a valorizar as nossas famílias, os amigos, os alunos, os subordinados.

Vamos elogiar o bom profissional, a boa atitude, a ética, a beleza de nossos parceiros ou nossas parceiras, o comportamento de nossos filhos.

Vamos observar o que as pessoas gostam. O bom profissional gosta de ser reconhecido, o bom filho gosta de ser reconhecido, o bom pai ou a boa mãe gostam de ser reconhecidos, o bom amigo quer sentir-se querido, a boa dona de casa valorizada, a mulher que se cuida, o homem que se cuida, enfim vivemos numa sociedade em que um precisa do outro; é impossível um homem viver sozinho, e os elogios são a motivação na vida de qualquer pessoa.

Esta é uma grande verdade, sem dúvida alguma!

Já imaginou quantas pessoas se poderão sentir felizes hoje ao serem, de alguma forma, elogiadas?

Comece agora!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Uma Aposta Vencedora para a Terceira Idade

Nos primeiros tempos de reformado ocupei o meu tempo visitando os amigos, arrumando o que tenho em casa, passando algum tempo agarrado à televisão e ficando, dia-a-dia, cada vez mais trôpego e só.

Com a entrada na Universidade Sénior de Odivelas, o meu tempo começou a estar, em parte, ocupado e os meus pensamentos passaram a encontrar sempre alguma coisa com que se preocupar, deixando de estar sempre a pensar na solidão.

Na Universidade encontrei outras pessoas com quem conversar, criando novas amizades e nova maneira de encarar os anos que se avizinham de maneira mais alegre e bem-disposta, indo assim vencendo a velhice. Aqui pude aperceber-me de que este sistema de vida obriga a que os alunos elevem o seu ego, o seu amor-próprio e a sua auto-estima, incluindo a preocupação com a sua aparência pessoal e com o vestuário.

Trata-se, em resumo, de aumentar a qualidade de vida e o prazer de viver.

Nesta universidade, podem envolver-se alunos e/ou professores, sem diferenças de classes, encontrando um vasto leque de disciplinas, de carácter mais académico ou mais prático, onde a avaliação formal não entra e onde se aprende por gosto e com gosto. Muitas vezes entra-se como aluno e acrescenta-se-lhe o papel de professor de uma determinada disciplina. A alegria e o convívio estão sempre presentes, quebrando-se a monotonia, fazendo-se amizades, aprendendo-se, descobrindo-se interesses e vocações escondidas, rejuvenescendo-se, ganhando-se auto-estima, confiança em si próprio e gosto pela vida.

"Vivemos a aprender e morremos sem saber". Esta velha máxima poderá ser trocada pela ideia de que poderemos viver mais saudavelmente partilhando saberes. Todos podemos saber e ensinar muito, tornando-nos mais autoconfiantes, mais vivos, mais saudáveis e mais felizes. Tudo isto fará mais sentido quando se chega a idade da reforma, que muitos temem como o fim da sua vida (pelo menos da activa).

A terceira idade não deve ser encarada como um problema mas como uma riqueza, por isso é necessário investir na qualidade de vida dos idosos, sendo a Universidade Sénior, uma parte da resposta, que toda a comunidade deve acarinhar e apoiar, criando condições para uma das formas de envelhecer mais activa, saudável e feliz, no Concelho de Odivelas.


Vasco Lopes da Gama

Comunicar é preciso!

Para haver comunicação é necessário existir um emissor - o que emite a mensagem, e um receptor - o que recebe essa mensagem. No entanto, sendo estes dois elementos necessários, não são bastantes.
Sendo o homem um ser social, interage com os outros homens comunicando de diversas maneiras.
Para além do modo e das várias formas de comunicar, o importante é que a comunicação se processe com eficácia, ou seja, que a mensagem seja enviada e recebida em boas condições. Se uma mensagem/comunicação não estiver emitida e contextualizada numa linguagem perceptível pelo receptor, poderá não haver comunicação e, pior do que isso, pode levar a uma situação de desentendimento, ou de mal entendido, podendo redundar numa situação a que uma e outra parte acham “coisas” acerca do que se disse: “eu acho que aquilo que quererias dizer, era...”. Uma comunicação não dever ser um processo de intenções, ela deverá dizer exactamente o que se quer dizer, sem ambiguidades e de uma forma clara.
Os meios de comunicação têm vindo a diversificar-se e a evoluir. Coisas novas vão surgindo a todo o momento, minuto a minuto, enquanto muitos de nós permanecemos utilizando os objectos antigos. Torna-se, portanto, necessário que cada um de nós se adapte, rapidamente, ao mundo das novas tecnologias e das redes sociais.
Comunicar é muito mais do que uma necessidade básica. Quando comemos estamos a satisfazer a necessidade básica de nos alimentarmos mas também experimentamos prazeres e sensações de agrado à vista, ao tacto e ao gosto. Comunicar, é um processo semelhante, é necessário e é bom!
Vasco Lopes da Gama

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O DOM DA PALAVRA

Desde criança que se aprende que aquilo que diferencia o homem dos animais é a capacidade de raciocínio. No entanto, antes de aprender a pensar, o homem conquistou o dom da palavra.

O desenvolvimento da capacidade de falar, aumenta o vocabulário e as formas de podermos usá-lo, faz dilatar o raciocínio, pelo que a palavra pode ser considerada a melhor invenção do homem. Aliás, não é por acaso que o ditado  diz que “é conversando que a gente se entende”.

Que a verdade deve ser dita sempre, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita, é que faz a grande diferença.

As palavras, escritas ou faladas, são armas poderosas nas mãos poderosas de quem tem a habilidade de manipulá-las. Podem ser usadas tanto para o bem, como para o mal. Tudo vai depender do carácter de quem possui “o dom da palavra”.

As palavras são ferramentas que se usam e abusam no nosso dia-a-dia, que por vezes surgem em abundância e, em algumas situações, parecem perdidas no nosso inconsciente. Quantas vezes se imaginam momentos, se preparam discursos, se elaboram frases para serem ditas na altura certa e aí elas faltam. Fica-se gago, muitas vezes sem conseguir articular meia dúzia de palavras com sentido, ou então, bloqueia-se, impotente, sem capacidade para fazer ecoar qualquer som.

Ao fazer uso da palavra falada deve ter-se em consideração como o fazer duma forma equilibrada, de modo que a sua dicção, melodia, intensidade, ênfase e projecção chegue ao receptor de forma coerente, natural e envolvente. Ao mesmo tempo, pode potenciar-se aquilo que falamos oralmente através da comunicação do nosso corpo, influindo, de forma significativa, a transmissão e entendimento da mensagem, actuando, ainda que inconscientemente no receptor, numa melhor percepção e imagem daquele que fala, envolvendo-o num misto de eficiência e empatia.

Ter o dom da palavra significa, genericamente, falar bem.

Saber falar bem em público é uma arte. Um atributo cada vez mais valorizado neste mundo globalizado e competitivo.

Falar bem em público é um dom de poucas pessoas, não é verdade?

Falar bem implica saber do que se fala e isto remete-nos para o conhecimento e organização do assunto a ser exposto, sendo muito importante que tenham sido feitos estudos e pesquisas sobre o assunto a abordar, a fim de que se possa deixar passar uma imagem de competência, credibilidade, eficácia, autodomínio, persuasão e conhecimento.

Hoje, mais do que nunca, é imprescindível, qualquer que seja o contexto profissional, transmitir uma imagem de competência, eficácia e autodomínio. Saber falar em público, exprimindo-se com clareza, é uma mais-valia que nenhum profissional pode dispensar.

No entanto, aquilo que se vai constatando, é que o homem está desaprendendo o dom da palavra. As novas gerações, talvez motivadas pela imagem que a televisão utiliza até à exaustão e também pela informática, deixaram de cultivar o prazer da leitura.

A quebra na venda de jornais registadas por todo o mundo e os baixos índices de leitura em muitos países – onde o péssimo sistema de ensino abre espaço para a linguagem das aparências − sinalizam um novo desafio para a civilização.

Sem dominar plenamente a palavra, o homem poderá entrar em decadência, enquanto ser inteligente.

Mas há uma questão pertinente, e não menos importante, que se coloca a quem tem o dom da palavra: De que vale o dom de falar sem o dom de ouvir?


Vasco Lopes da Gama