terça-feira, 21 de novembro de 2017

A ASSOCIAÇÃO SÉNIOR DE ODIVELAS VISITOU O AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES

No âmbito do plano de atividades do ano letivo 2017/2018 da "ASO"/"USO" realizou-se, no dia 27 de outubro de 2017, uma visita guiada ao Aqueduto das Águas Livres.
O Aqueduto das Águas Livres é um dos monumentos mais icónicos da cidade de Lisboa.

Com uma extensão geográfica notável, esta obra grandiosa, construída para o povo e por ele financiada, envolveu a arte e o engenho de grandes nomes da história, e superou as maiores construções do seu tempo. Com uma história que se estendeu para além dos limites temporais da sua construção, o Aqueduto mantém a representação da cultura da sua região.

O Aqueduto funcionou plenamente durante cerca de cento e cinquenta anos, no entanto o rápido crescimento do final do século XIX acabou por sentenciá-lo sendo, por isso, necessário construir um novo sistema de abastecimento à cidade. Assim, no ano de 1880 as águas do Alviela acabariam por se juntar às das Águas Livres. Desde essa altura continuaram a ser efetuadas medições que levaram a concluir-se que a quantidade de água trazida pelo Aqueduto seria cada vez mais reduzida, acabando este por ser praticamente desativado em meados do século XX.

O Aqueduto das Águas Livres é atualmente propriedade da EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres), que é responsável pela sua manutenção, e o Museu da Água detém a responsabilidade principal de cuidar do seu valor patrimonial, e contribuir para a divulgação da sua memória.

O Aqueduto das Águas Livres marcou o crescimento cosmopolita de Lisboa e é também o retrato de uma cultura tradicional portuguesa, sendo, também por esse facto, uma peça fundamental da história da arquitetura em Portugal. É um património de relevantíssimo reconhecimento, pelo que amplamente deve ser merecedor dum consistente esquema de salvaguarda, em todo o seu percurso.  

Note-se ainda que o Aqueduto das Águas Livres foi uma das obras mais ansiadas pela população lisboeta, em função das enormes carências que a cidade manifestava nos inícios do século XVIII.

Embora completo o trajeto entre as nascentes e os chafarizes na cidade, a construção da obra, com o traçado que se conhece hoje, prolongou-se ainda pelo século XIX. O traçado principal tem um total de catorze quilómetros compreendidos entre as nascentes em Belas e as Amoreiras, enquanto o Aqueduto, no total — somando os aquedutos subsidiários e emissários — se estende ao longo de cerca de cinquenta e oito quilómetros.

O Aqueduto das Águas Livres está presentemente, classificado como Património Nacional. Desde a sua conclusão, e em especial no século XIX, várias pinturas de famosos artistas, sobretudo de outros países da Europa, retrataram uma paisagem da cidade de Lisboa, e raramente nelas era esquecida aquela obra dos Grandes Arcos.

Oficialmente foi desativado nos anos sessenta do século XX, já sob tutela da EPAL. O Aqueduto das Águas Livres mantém-se como um monumento histórico, recheado de memórias e muitas outras estórias para contar. Resta-nos um marco sobretudo, no desenvolvimento ocidental da cidade, na contribuição para o desenho da cidade barroca, com as mães de água, os seus arcos e as suas praças e chafarizes.

Apesar dos trabalhos que exigem a divulgação do Aqueduto como património, e da luta pela dignificação do seu valor, é necessário que todos nós, e sobretudo a população da cidade de Lisboa o conheça e que conheça a importância da sua construção.

O Aqueduto das Águas Livres foi um marco no crescimento da cidade de Lisboa, e contribuiu para a construção da sua imagem e identidade. O Aqueduto tem um carácter monumental, e é das poucas obras que mais caracterizou o poder e a vontade de um povo.

Transversal a todas as sociedades e hierarquias, nele permanece a representação da corte e da classe mais baixa, da economia e da religião, da memória dos mais prestigiados artistas e sobretudo da necessidade de uma população.

Ao terminarmos este apontamento de reportagem, não poderíamos deixar de referir que esta visita guiada foi muito elucidativa, para além de nos ter sido retratada uma parte da evolução histórica da cidade de Lisboa.

Uma última palavra é de agradecimento e dirigida à Direção do "ASO", particularmente aos elementos mais diretamente envolvidos na realização deste evento, que foi seguido com muito interesse, por um significativo grupo de elementos da "ASO"/"USO", que participaram nesta visita.
Vasco Lopes da Gama

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