Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS)
classifique cronologicamente como idosa a pessoa com mais de 65 anos de idade,
em países desenvolvidos, e com mais de 60 anos de idade, em países em
desenvolvimento, o sentimento de envelhecimento acontece de forma distinta para
cada pessoa, deixando algumas profundamente angustiadas, enquanto que outras a
encaram de forma tranquila.
É evidente que o processo de envelhecimento é
contínuo, ou seja, não se inicia numa idade específica. Portanto, não é simples
delimitar quando uma pessoa se torna idosa.
Envelhecer não é fácil numa sociedade que
negligencia, ou ignora, a velhice, esquecendo-se que, respeitar o idoso, é
saber respeitar o dia de amanhã que nos aguarda.
E o Poder Público tem conseguido desenvolver
ações eficazes para assegurarem aos idosos as condições necessárias ao pleno
exercício da sua cidadania? Não é notório que lhes falta emprego, saúde e
habitação condignos?
Ao nível do ambiente familiar, o idoso nem
sempre recebe o carinho e atenção básicos, facto que os relega à realidade do
isolamento e, não raras vezes, de abandono em lares da Terceira Idade. Esse
abandono acontece geralmente quando o idoso já não pode trabalhar, tendo assim
perdido o seu estatuto de trabalhador, passando a uma situação de dependência económica
e financeira dos seus familiares.
Torna-se assim imprescindível que os idosos
permaneçam entusiasmados com a vida, que ainda se sintam portadores da sua
capacidade produtiva e possam pronunciar-se e decidir sobre tudo que lhes diz
diretamente respeito.
Mas convenhamos, que não é nada simples e
fácil envelhecer-se numa sociedade como aquela em que vivemos. É necessário que,
dia a dia, haja um esforço conjunto entre família, governo e sociedade para que
os idosos deixem de ser “cidadãos no papel” e vejam os seus direitos
conquistados e plenamente garantidos.
Investir na valorização do idoso enquanto ser individual e
social, significa que a Terceira Idade também pode ser sinónimo de vida ativa,
saudável e produtiva, onde o fortalecimento dos laços afetivos familiares é, e será,
a alternativa mais viável, já que através da solidariedade entre as gerações,
estes tenham garantia de acesso aos seus efetivos direitos sociais.
Não tenhamos receio que a idade biológica bata à nossa porta porque,
afinal, envelhecer não é um problema ─ é, isso sim, um privilégio!
Vasco
Lopes da Gama
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