domingo, 18 de setembro de 2011

Acabaram as férias!


As férias "oficiais" terminaram.

As férias judiciais também já acabaram e este ano o regresso dos magistrados promete.

Os próximos meses poderão decidir o desfecho de alguns dos processos mais mediáticos - e longos - da história da justiça portuguesa. A chegada de Setembro coincide com a implementação de algumas medidas por parte do Ministério da Justiça - por força do Memorando da "troika".

Durante o Verão, Portugal resolveu um problema com décadas. Acabaram os direitos especiais do Estado em empresas cotadas. A última das empresas onde o Estado ainda tinha direitos especiais, a “EDP, libertou-se dessa intervenção. Primeiro terminou a "golden share" da "PT", em finais de Julho, depois foi a "Galp Energia" e, por último, foi a vez da "EDP". 

Tudo isto aconteceu em menos de dois meses, neste Verão de 2011 - entre 5 de Julho, quando o Governo aprovou em Conselho de Ministros o fim das "golden share", e 25 de Agosto, o dia em que se acabou com os direitos especiais do Estado na “EDP”. 

Em poucos dias, com boa parte dos portugueses de férias, terminou um processo com anos que opunha Portugal às instâncias europeias, por violação das regras do mercado único de livre circulação de capitais e de concorrência. 

A história das três "golden share" é a imagem da paralisia em que o País estava, acorrentado pelos poderes instalados. Foram quase duas décadas a tentar mudar sem nada conseguir. E no Verão de 2011 tudo se fez. Sem estudos, debates ou pareceres, graças à "troika".

Mas, para os Seniores, a chegada do mês de Setembro pode representar a abertura duma janela de oportunidades para umas "escapadelas" pelo nosso país.
  
Aproveitemos, pois, que a azáfama das férias já terminou, que as grandes enchentes para tudo acabaram, e aproveitemos para passar uns dias relaxantes e, certamente mais económicos, por este nosso belo Portugal.

Difícil vai ser escolher o melhor destino! Procuremos explorar todos os cantos e recantos do país e convivamos com a nossa História e cultura. Apaixonemo-nos por paisagens únicas e não deixemos de saborear a genuína gastronomia portuguesa.

Se a opção recair pelas terras algarvias, para além dos bons passeios à beira-mar não devemos deixar de comer uma saborosa cataplana.

A Idade de Ouro deverá ser vivida em pleno, com muitos e bons momentos!
Vasco Lopes da Gama

sábado, 10 de setembro de 2011

As mãos do meu avô!


Meu avô, com noventa e tantos anos, sentado debilmente no banco do jardim, não se movia. 

Estava cabisbaixo, olhando para as suas mãos. Quando me sentei ao seu lado, nem deu pela minha presença.

E o tempo passava…

Sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como estava, perguntei-lhe como se sentia.

Levantou a cabeça, olhou-me e sorriu. "Estou bem, obrigado por perguntares", disse com uma forte e clara voz.

Expliquei-lhe que não queria incomodá-lo, mas queria ter certeza de que estava bem, já que estava sentado, imóvel, simplesmente, olhando para suas mãos.

Meu avô perguntou-me: "Alguma vez já olhastes as tuas mãos? Quero dizer, olhaste realmente para elas?"

"Tu nunca voltarás a ver as tuas mãos da mesma maneira…"   

Lentamente soltei minhas mãos das de meu avô, abri-as e contemplei-as. Virei as palmas para cima e depois para baixo.

Não, creio que realmente nunca as tinha observado. Queria saber o que o meu avô me queria dizer.

Meu avô sorriu e disse-me...

"Para e pensa um momento sobre como tuas mãos te têm servido através dos anos. Estas mãos, ainda que enrugadas, secas e débeis têm sido as ferramentas que usei toda a minha vida para alcançar, pegar e envolver.

Elas puseram a comida na minha boca e a roupa no meu corpo. Quando criança, minha mãe ensinou-me a juntá-las em oração. Elas ataram os atacadores dos meus sapatos e ajudaram-me a calçar as minhas botas.

Estiveram sujas, esfoladas, ásperas, entrelaçadas e dobradas...

Foram inábeis quando tentei embalar a minha filha recém nascida...

Foram decoradas com uma aliança e mostraram ao mundo que estava casado e que amava alguém muito especial...

Elas tremeram quando enterrei meus pais e esposa, e quando entrei na igreja com minha filha no dia do seu casamento.

Elas têm coberto o meu rosto, penteado o meu cabelo e lavado e limpo todo o meu corpo.

E, até hoje, quando quase nada em mim funciona bem, estas mãos ajudam-me a levantar e a sentar e ainda se juntam para eu orar.

Estas mãos têm as marcas de onde estive e a dureza de minha vida.

Mas, o mais importante, é que são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando me levar à Sua presença!"

Desde então, nunca mais vi as minhas mãos da mesma maneira.

Mas lembro-me quando Deus esticou as Suas mãos e tomou as de meu avô e o levou à Sua presença.

Na verdade, as nossas mãos são uma bênção.

Cada vez que uso as minhas mãos penso no meu avô, e pergunto-me: “Será que estou fazendo bom uso das minhas mãos?”

E sempre que a minha consciência responde que “estou a usar as minhas mãos para praticar o bem, para trabalhar honestamente, que as estou a usar para dar carinho e amparo a quem necessita”, sinto-me feliz e em paz…

E agradeço ao Criador por tamanha bênção, esperando que Ele estenda Suas mãos para que, também eu, um dia, possa nelas repousar!”

A vida acontece no presente, sempre!

Há somente o hoje, o agora, e que este possa ser o nosso momento com Deus!

Agradeçamos, por tudo o que temos na vida… e também pelas nossas mãos que, com bondade, ajudam a tornar o HOJE, um dia MELHOR!