Em primeiro lugar
talvez devamos começar por clarificar e definir o que é o tempo. O tempo poderá
definir-se com sendo a duração dos factos, determinando assim as horas, os
dias, as semanas, os anos, os séculos, as épocas e os momentos em que as coisas
acontecem.
O tempo ora pode
passar rapidamente (até nos parecendo que voa, dada a sua rapidez), como
noutras ocasiões anda tão devagar que parece que nunca mais passa. Tudo isto
dependendo daquilo que nós estivermos a fazer.
Sendo certo que "para tudo há um tempo
determinado", deveremos ter em consideração de como arranjar tempo
para aquilo que realmente é importante para nós e para a nossa vida.
É preciso, portanto,
clarificar e delinear quais as atividades que verdadeiramente nos interessam e
que nos podem ajudar a ir ao encontro dos nossos valores e objetivos.
Temos, pois, que
tentar elaborar e ordenar os valores e objetivos que queremos para a nossa vida
e para o nosso bem-estar. Nem sempre isso é um exercício fácil e conciliatório,
mas sem dúvida que ele poderá ser um importante contributo para nos ajudar a
alcançar os nossos objetivos.
Façamos, pois, um
esforço para elaborar a nossa lista de prioridades. Certamente que, com alguns
momentos de reflexão, começamos a trazer à mente algumas das nossas prioridades,
tais como: a família, os amigos, a
educação, o trabalho, o dinheiro, a felicidade, a saúde (física e espiritual),
etc.
Agora tonar-se-á
necessário analisar quais destes valores são efetivamente os mais importantes
para nós. Ao mesmo tempo deveremos equacionar isto com os objetivos que
gostaríamos de alcançar.
Põe-se-nos então a questão, não menos
importante, do que diferencia valores e objetivos. Duma forma simplista podemos
dizer que os valores são contínuos, ao passo que os objetivos, ao serem
alcançados, podem ser dados como concluídos.
Face ao atrás mencionado, é importante definirmos
bem quais os objetivos que queremos alcançar, como por exemplo: "Passar mais tempo com a família?",
"Encontrar um emprego melhor?", "Aperfeiçoar as nossas habilidades
num hobby favorito?", "Aprender outro hobby?", "
Ler ou escrever um livro?", etc.
É chegado então o momento de decidirmos
quais destes objetivos são os mais importantes para nós e certificarmo-nos se
eles são compatíveis com os nossos valores e se, entre si, não entram em
conflito.
Se os
nossos objetivos estiverem de acordo com os nossos valores e nós fizermos as
atividades que contribuem para alcançar esses objetivos, a nossa vida estará
bem direcionada. Nós dedicaremos mais tempo às coisas que, realmente,
consideramos importantes.
Mas nunca devemos
perder de vista que as coisas levam tempo, assim como, os nossos processos
também levam o seu tempo.
Por isso, temos de
aprender a aceitar e respeitar o tempo das coisas, não devendo julgar se há
atrasos, ou avanços. A pressa, tal como a lentidão, são um erro.
Não raras vezes
desrespeitamos o ritmo do nosso desenvolvimento. "Vendemos o nosso tempo, entregamos por pouco e aceitamos a
ansiedade alheia". "Porquê de segunda a sexta? Porquê das 8h às 18h?
Porquê fazer férias agora, e não no nosso momento?".
Pois é, sermos "donos
do nosso próprio tempo é um ato de amor e, podem crer, que é verdadeiramente libertador!"
Vasco Lopes da Gama