Há 50 anos atrás, mais precisamente no dia 12 de abril de 1961, o cosmonauta russo Yuri Gagarin, então com 27 anos, completava uma façanha inédita para a humanidade, dava início à corrida espacial e acirrava a rivalidade entre EUA e União Soviética. Há 50 anos, Yuri Gagarin, a bordo da nave Vostok 1, era o primeiro homem a entrar na órbita da Terra. O voo de 108 minutos no espaço de Yuri Gagarin (dando uma volta completa ao redor do planeta tendo proferido a famosa frase "A Terra é azul"), marcou um novo horizonte para a humanidade e, da noite para o dia, transformou um piloto de origem camponesa em herói.
Gagarin - astronauta que virou herói |
Esta primeira grande aventura humana no espaço vem sendo marcada por homenagens em vários países. Em Londres, Inglaterra, uma estátua de Gagarin será instalada em julho na Trafalgar Square.
Recebido como herói nacional após desembarcar da sua cápsula, Gagarin continuou trabalhando para a agência espacial russa até 1968, quando faleceu no comando de um jato MiG.
Convirá aqui também fazer referência ao facto de que, em outubro de 1957, militares americanos captaram ruídos emitidos pelo satélite soviético Sputnik-1. Foi aí que eles perceberam que a corrida espacial já tinha começado. No início de 1958, o presidente Eisenhower reagiu a esta situação criando uma entidade civil controlada pelo governo e, em outubro de 1958, a Nasa iniciou as suas operações. Foi assim, com muita pressa, que surgiu a mais famosa agência espacial do mundo.
Ainda em outubro de 1958, o primeiro projeto da Nasa, a sonda lunar americana Pioneer 1, desintegrou-se no espaço. Enquanto isso, em novembro, a cadela russa Kudriavka, da raça laika, tornava-se o primeiro ser vivo a viajar para fora do planeta.
Entretanto, o presidente John Kennedy, lançou o desafio de enviar um homem à Lua até o fim da década de 1960. Começava o projeto Apollo. Em 1967, durante um teste numa plataforma de lançamento, um incêndio na cápsula da Apollo 1, em terra, matou os três astronautas que a ocupavam. Mas a capacidade de reação da Nasa foi grande e, no dia 20 de julho de 1969, enquanto desembarcava em solo lunar, Neil Armstrong disse: “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. Finalmente, os russos tinham ficado para trás.
A nova revolução tecnológica provocada pela Nasa surgiu no fim da década de 1970, com a criação dos vaivéns espaciais, veículos orbitais reutilizáveis que revolucionaram as viagens para além da Terra. Foram eles os responsáveis pelos mais recentes sucessos e desastres da agência. O primeiro marco negativo ocorreu em 1986, quando, 73 segundos após o lançamento, o vaivém espacial Challenger explodiu nos céus da Flórida e matou todos a bordo – seis astronautas e uma civil, a professora Sharon McAuliffe. Mais uma vez, a agência se recuperou, a ponto de, em abril de 1990, completar com sucesso a instalação em órbita do telescópio Hubble, que até hoje possibilita descobertas inatingíveis para observatórios terrestres.
Mas uma segunda tragédia aconteceu em janeiro de 2003, quando a nave Columbia se desintegrou durante a entrada na atmosfera e matou sete tripulantes.
Enquanto tenta, de novo, recuperar-se, a Nasa pensa nos desafios futuros e em voltar à Lua até 2020.
Vasco Lopes da Gama