Há cada vez mais pessoas desiludidas, sem esperança, sem paz, desesperadas, achando que não há solução para as suas angústias e problemas.
Existe um ditado popular que diz que a esperança é a última a morrer. Mas, na verdade, o ritmo acelarado da vida, as obrigações de todos os tipos e as múltiplas atenções impostas pelo ambiente social pervertem, de certo modo, o sentimento que antes caracterizou a vida das famílias, quando não havia tantas pressões para cumprir as exigências do viver diário.
O fato é que existe, por toda a parte, um nervosismo e uma ansiedade coletiva, configurados numa série de curiosos aspectos, e que custa muito a acalmar. Diríamos que, apenas é satisfeita uma necessidade, uma exigência ou um desejo, surgem de imediato outros que, com maior insistência, exigem ser atendidos e resolvidos, muitas vezes em prejuízo da justa medida das conveniências e do bom senso.
A esperança de muitos está fundamentada nos prazeres do mundo: nos bens desta vida, na vaidade da vida, na fama, no sucesso, nas pessoas, no dinheiro e riqueza, no Ter e não no Ser.
A esperança é o sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente, por forma que a luta pela vida e os sofrimentos sejam enfrentados como contingências passageiras, na marcha para um fim mais alto e de maior valor.
A esperança nasce do confronto que o eu estabelece entre o que é - realidade atual; o que foi - o passado; e o que poderá ser − o futuro, a possibilidade. Por isto, a esperança não encerra uma atitude passiva − essa é própria da fé. A esperança implica atividade, extroversão, pois aquele que tem esperança, tem-na para si e para todos. Enquanto vivência ela pode ser individual mas, na sua essência, ela é colectiva. Arriscamos mesmo a dizer que ela é constitutiva da essência do ser humano.
A esperança pode também definir-se como confiança no cumprimento de um desejo ou de uma expectativa. Ela faz parte do nosso dia-a-dia – esperança para a nossa vida, para a nossa família e para a sociedade.
Hoje é necessário e imperioso que volte a renascer a confiança, o entusiasmo e a fé no futuro, e, para que isso aconteça, será necessário trabalhar intensa e incansavelmente, a fim de conquistar a paz social, ainda que com sacrifício, sem esquecer a compreensão extraída de todos os acontecimentos passados, para se poder assim reformar a conduta da nossa sociedade, fazendo-o sem receios nem desconfianças, com nobreza e dignidade, pelo caminho que cada um deve percorrer desde o nascimento até à morte.
Atualmente, pensar em confiar no futuro, parece impossível para a maioria das pessoas. A observação da conduta do ser humano, diante das mais variadas situações que se apresentam na vida, faz pensar que o destino da nossa sociedade, é muito preocupante, principalmente no aspecto moral.
Perante isto, interrogamo-nos: como confiar no futuro? Eu confio no meu próprio futuro?
Para o efeito tomemos, como exemplo, o futuro profissional. Nesse caso, há confiança quando a pessoa estuda e se capacita para realizar um bom trabalho e ser bem remunerada pelos serviços prestados. Mas isso não é o bastante para que o indivíduo se sinta plenamente confiante no futuro da sua vida. A profissão corresponde a uma parte importante dela, mas não é tudo. Para que haja equilíbrio, é lógico a necessidade de capacitação em todas as áreas da vida.
Para confiar no futuro e encaminhar a vida de forma mais digna, com bons pensamentos, sentimentos e moral elevada, que devemos fazer? Assim como, na profissão, como estudar e nos capacitarmos para que se confie plenamente no futuro em todos os aspectos da vida?
Em primeiro lugar é necessário fazer uma análise sincera do que se é. Devemos identificar se na nossa mente existem pensamentos que não estão de acordo com os propósitos mais elevados que queremos atingir, assim como os pensamentos que limitam a nossa vida e a nossa conduta, escravizando-nos e tirando-nos a confiança que temos em nós próprios. A partir daí, é possível estudar esses pensamentos, encontrar suas causas, planear estratégias e esforçarmo-nos em lutar contra eles, até conseguirmos enfraquecê-los e assim atuarmos mais livremente. Ainda que se manifestem outras vezes, não impedirão mais que confiemos no futuro, porque este saberá que pode ser diferente do que é superando-se completamente.
A confiança no futuro depende da capacitação mental que cada um adquire com o estudo e as experiências de vida, procurando sentir-se cada vez mais apto em realizar o que se propõe.
Aos mais jovens, dizem os mais velhos, alguns dos políticos, dos intelectuais e dos professores: “Vós, jovens, sois a esperança do futuro!”. Mas para que isto seja verdade devemos, eventualmente e, primeiro lugar, questionar: Qual o exemplo que os adultos estão a dar às novas gerações? Que valores lhes transmitimos? Os valores da intriga, da inveja e da mediocridade cultural, social e ética?
Não há dúvida de que é nos jovens que teremos a esperança de um futuro melhor, quer para os outros quer para nós próprios. Será aos jovens, que caberá a concretização dessa esperança e que ninguém ponha em dúvida de que eles serão capazes de construir uma sociedade mais justa, equilibrada e otimista para todos.
Mas confiar no futuro consiste também e acima de tudo, em confiar em nós próprios. Na verdade, o que a nossa sociedade precisa, é de verdadeiros líderes, bons modelos, comprometidos com a verdade, com a dignidade, o respeito e cujo objetivo seja a ela servir.
Vasco Lopes da Gama
Vasco, numa noite de Natal encantado passei por aqui.Gostei muito do que escreveu.
ResponderEliminarEsperancemo-nos de que a vida possa melhorar,podendo confiar em nós e naquela sociedade que nos rege, sabendo transmitir aos vindouros uma política e ética correctas...pilares de uma vida saudável e confiante, a todo o ser humano.
cumprimentos e continuação de boas férias
Mª guida
Amigo Vasco,
ResponderEliminarTanta sabedoria a escrever!Parabéns.
Li tudo e reli porque é sem duvida mais do que um texto é um chamar de esperança.
Quem me dera que muitos dos nossos governantes pensassem e sentissem o peso do compromisso do respeito por aqueles que lá os colocaram,afim de atingirem o objectivo que o Vasco fala.
Vamos confiar nos jovens que certamente irão conseguir alcançar o objectivo com dignidade e com verdade.
Desejo tudo de bom para o Vasco e que continui a encantar-mos com a sua escrita. (Para o que se aproxima,força,tudo vai correr bem.)
Desejo um Bom ano de 2011 e temos de ter pensamento positivo.
beijinhos
para o casal Vasco e Emilia
da amiga
Aline Rocha
Olá amigo Vasco,
ResponderEliminarFoi bom passar por aqui. Parabéns pelo teu texto!!
Estou de acordo contigo quando dizes que actualmente, pensar em confiar no futuro, parece impossível para a maioria das pessoas.
Vamos ter esperança que a vida vai mudar e que os jovens tenham um futuro mais risonho.
Aproveito para vos desejar um Feliz e Próspero ano 2011, cheio de paz e muita saúde.
Muita força e tudo de bom para ti!
Um abraço carinhoso para ti e para a Mila.
Patricia