Bem-aventurados aqueles que
compreendem os meus passos vacilantes e as minhas mãos trémulas.
Bem-aventurados os que levam
em conta que meus ouvidos captam as palavras com dificuldades, por isso
procuram falar-me mais alto e pausadamente.
Bem-aventurados os que
percebem que meus olhos já estão nublados e as minhas reações são lentas.
Bem-aventurados os que
desviam o olhar, simulando não ter visto o café que, por vezes, derramo sobre a
mesa.
Bem-aventurados os que
sorriem e conversam comigo.
Bem-aventurados os que nunca
me dizem: "Você já me contou isso tantas vezes!"
Bem-aventurados os que me
ajudam, com carinho, a atravessar a rua.
Bem-aventurados os que me fazem
sentir que sou amado e não estou abandonado, tratando-me com respeito.
Bem-aventurados os que
compreendem quanto me custa encontrar forças para aguentar minha cruz.
Bem-aventurados os que me
amenizam os últimos anos sobre a Terra.
Bem-aventurados todos
aqueles que me dedicam afeto e carinho fazendo-me, assim, pensar em Deus.
Quando entrar na Eternidade,
lembrar-me-ei deles, junto ao Senhor!
Amém!
(autor desconhecido)