Através de diferentes percursos, e sempre com o estímulo da proximidade de tabernas, restaurantes, cafés e tertúlias, dos muitos que ainda por lá existem, Madrid é uma cidade que permite admirar o esplendor do seu passado sem esquecer as comodidades do presente.
Madrid é a sua
história, certamente, mas sobretudo Madrid é hoje, nos princípios do século
XXI, uma cidade viva e intensa. Uma cidade buliçosa, cenário constante da arte
e da cultura de todo o Mundo.
Ao lado do “Passeio da Arte”, do Museu do
Prado ao da Rainha Sofia, passando pelo Thyssen-Bornemisza,
onde se encontram das melhores colecções do Mundo, os pintores de rua têm
também o seu museu vivo na Praça Maior.
Paralelamente ao Teatro
Real ou ao Auditório Nacional, por onde passam os melhores espetáculos
líricos e as melhores orquestras do Mundo, em Madrid há um sem número de locais
de música ao vivo, onde o jazz, o folk e os blues, para não falar do flamenco,
alternam para proporcionar a melodia noturna de uma cidade que vive nos
festivais de Outono, entre outros, o seu esplendor cultural absoluto, com a
música e o teatro como protagonistas principais.
Pelas mesmas ruas por
onde andaram Cervantes e Quevedo, é possível encontrar num café,
ou nalgum evento cultural, um ou outro dos atuais escritores de língua espanhola...
Para além de tudo isto, dos seus monumentos, dos seus jardins e da sua cultura,
o encanto principal de Madrid está, sobretudo, na própria Madrid, quer dizer,
na cidade e nas suas gentes.
São inúmeros os testemunhos
da Madrid castiça. Os seus arredores, os deliciosos caramelos e as excelentes aguardentes,
convivem com uma cidade onde é fácil transitar pelas suas grandes avenidas, os seus
bulevares e os seus centros comerciais.
As festas do
patrono Santo Isidro, um santo lavrador, que de acordo com Gómez de la Serna,
“convida a rosquinhas (doces)” pelo mês de Maio, são a melhor oportunidade para
descobrir a Madrid castiça, incluindo a sua famosa feira tauromáquica.
Madrid é uma cidade de
esplanadas no Verão e de tascas e ricas comidas no Inverno.
É uma cidade que não
descansa, nem de noite nem de dia. Uma cidade onde se fala e ri. Onde se vive
depressa, mas sempre procurando e encontrando um instante para o convívio e as conversas.
O caráter aberto e
comunicativo das suas gentes é o melhor cartão de visita duma cidade cosmopolita,
onde ninguém se sente estrangeiro e onde se tem a sensação, pouco depois de
andar nas suas ruas, de lá ter vivido toda a sua vida, ou ter encontrado aqui o
seu lugar no Mundo.
Vasco Lopes da Gama